Prévia de inflação atinge 0,08% em agosto, abaixo do esperado, segundo IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,08% em agosto, frente a alta de 0,09% no mês anterior.

Esse é o menor índice para o mês de agosto desde 2010, quando o número foi de -0,05%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (22). A estimativa em pesquisa da Reuters com economistas era de alta de 0,18% para o período em questão.

Inflação controlada

No ano, o índice acumula alta de 2,51% e, em 12 meses, de 3,22%, resulta abaixo dos 3,27% na comparação anual. Em agosto de 2018, o IPCA-15 foi de 0,13%.

A energia elétrica foi a principal responsável pela inflação no mês, segundo o IBGE. Foi registrada uma alta pelo 7º mês seguido, e as tarifas tiveram aumento de 4,91% na transição de julho para agosto, após de ter avançado 1,13% no mês anterior.

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Apesar do aumento na energia elétrica, quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE apresentaram deflação em agosto, incluindo Transportes e Alimentação e Bebidas, grande responsáveis pelos impactos diretos no bolso da população.

Confira a variação de todos os grupos:

  • Alimentação e bebidas: -0,17%
  • Habitação: 1,42%
  • Artigos de residência: 0,82%
  • Vestuário: -0,07%
  • Transportes: -0,78%
  • Saúde e cuidados pessoais: -0,32%
  • Despesas pessoais: 0,27%
  • Educação: 0,07%
  • Comunicação: 0,44%

Destaque para o grupo de Transportes. Com queda de -0,14 pontos percentuais no mês, o grupo foi o responsável pelo maior impacto negativo, apresentando deflação de 0,78%. A queda foi puxada, mais uma vez, pelos combustíveis (-1,70%).

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A gasolina retraiu 1,88%, sendo a segunda queda consecutiva, e foi o maior impacto individual negativo no indicador mensal (-0,08 pontos percentuais). Etanol (-1,09%), óleo diesel (-1,70%) e gás veicular (-0,07%) também apresentaram queda.

Também pressionando a queda do grupo de Transportes estão as passagens aéreas, respondendo pelo segundo maior impacto negativo de forma individual (-0,07 p.p.) no IPCA-15 desse mês. Após as altas de junho e julho (18,98% e 18,10%, respectivamente), as passagens aéreas apresentaram queda de 15,57% nos preços no mês.

Metodologia de cálculo

Para a apuração do IPCA-15, o IBGE utilizou como referência os preços de produtos e serviços entre 13 de julho e 12 de agosto de 2019 e comparou com os preços entre 13 de junho e 12 de julho, utilizando-os como base.

A pesquisa abrange as regiões metropolitanas de:

  • Rio de Janeiro
  • Porto Alegre
  • Belo Horizonte
  • Recife
  • São Paulo
  • Belém
  • Fortaleza
  • Salvador
  • Curitiba

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, medindo a prévia da inflação da mesma forma que o IPCA. Porém, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Jader Lazarini

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