Prévia do PIB veio acima do esperado; o que dizem os especialistas?

Os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), a prévia do PIB, apresentaram uma alta de 0,9% em janeiro, superando as expectativas do mercado. Esse desempenho sinaliza uma recuperação da atividade econômica, especialmente impulsionada pelo setor agrícola, conforme apontou Lucas Barbosa, economista da AZ Quest. 

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Ele afirmou que “o dado de hoje mais forte é explicado boa parte pelo agro”, e que isso pode afastar as expectativas de uma desaceleração mais abrupta no primeiro trimestre.

Apesar das leituras mais fracas dos últimos meses de 2024, Barbosa acredita que a atividade econômica ainda “continua num nível muito elevado”. 

A prévia do PIB e a taxa Selic

O economista previu que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana deve ser influenciada pelo dado citado, reforçando a cautela em relação ao encerramento do ciclo de juros. Ele projetou uma alta de 1% nesta reunião de terça-feira e quarta-feira, seguida por mais 0,5% na próxima, e um aumento final de 0,25%, culminando em uma taxa Selic de 15% no fim do ano.

Outro especialista do mercado, Jorge Kotz, CEO da Holding Grupo X, comenta que a prévia do PIB ainda não aponta uma economia pujante para 2025. 

Em sua análise, embora a alta tenha superado as expectativas, “é importante adotar uma visão cautelosa antes de considerar essa taxa como um sinal de recuperação econômica robusta”. 

Kotz destacou que o crescimento ainda enfrenta riscos relacionados à inflação persistente, políticas monetárias do Banco Central e volatilidade externa. Para ele, “a alta do índice pode ser atribuída a ajustes pontuais em setores específicos, sem refletir uma melhora generalizada da economia”.

Por sua vez, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, enfatiza que os dados apontam para uma atividade mais forte, indicando um impacto positivo sobre o PIB, renda e consumo. Contudo, ele alerta para a necessidade de uma postura conservadora do Banco Central devido à inflação persistente. 

Eyng observou que a “prévia do PIB vem em contraponto” às análises anteriores que sugeriam uma desaceleração econômica e que isso deve influenciar as próximas decisões sobre a taxa Selic, que pode permanecer elevada por mais tempo.

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Gustavo Bianch

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