O novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, prometeu acabar com os subsídios dos combustíveis.
Ao tomar posse no cargo, Roberto Castello Branco salientou um “sonoro não para os subsídios” dos combustíveis. O presidente da Petrobras defendeu a liberdade de preços e criticou qualquer interferência do governo para beneficiar os consumidores.
Em seu discurso, o executivo convocou investidores a competir com a estatal na produção de combustíveis. A fala de Castello Branco levou as ações da Petrobrás na Bolsa Valores de São Paulo a subir mais de 2%.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, garantiu que não haverá interferência do governo no segmento de combustíveis. “Estamos trabalhando para dar mais transparência à política de preços para que a população entenda o que está pagando. Com isso, podemos fazer algumas correções. Eliminar subsídios e tornar mais claro o que é justo de ser pago”, disse Albuquerque.
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Segundo Catello Branco e Albuquerque, Petrobras continuará praticando uma política de preço alinhada com o mercado internacional. Por isso, terá de adequar sua estrutura de custos ao cenário de volatilidade do barril de petróleo. “O ano de 2018 nos relembrou quão voláteis podem ser os preços dos petróleo. Ficamos felizes com volatilidade alta, mas volatilidade baixa nos causa preocupação. Para conviver com volatilidade baixa, a companhia precisa reduzir e alongar dívida”, afirmou Albuquerque.
Fim do subsídio e aumento da competição
O subsídio ao óleo diesel decidido pelo governo permitiu aplicar um desconto de R$ 0,30 por litro. A medida foi tomada pelo executivo de Michel Temer em resposta à greve dos caminhoneiros. Entretanto, o subsídio terminou no dia 31 de dezembro de 2018 e não será prorrogado. Essa política levou a um gasto de R$ 9,5 bilhões em recursos públicos no ano passado para cobrir a redução de preços.
Entretanto, o fim do subsídio ao diesel não preocupa mais os caminhoneiros. Isso porque a cotação internacional do petróleo caiu e o câmbio com o dólar se fortaleceu. A entidades que representam os caminhoneiros esperavam a retirada do subsídio do preço do diesel. Para eles, a questão mais importante é a tabela de frete e as medidas que o novo governo deverá tomar para o setor.
Castello Branco e Albuquerque, defenderam a liberdade de preços e mais competição. “A solidão na indústria do refino nos incomoda. Gostaríamos de ter outros players competindo”, afirmou Castello Branco.
Segundo analistas do setor, os preços vão cair à medida que outros operadores construírem ou comprarem ativos de refino da Petrobras. Entretanto, não foi dada nenhuma sinalização pelos dois de como serão atraídos investidores para o mercado brasileiro.
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Para Castello Branco, mesmo a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) “é algo que deve ser estudado”. A estrutura construída em parceria com a chinesa CNPC, havia sido anunciada pela gestão anterior da Petrobras.
Investidores chineses e os indianos são vistos como os mais prováveis interessados no segmento de refino brasileiro. Por outro lado, grandes empresas não investiram nesse segmento.
Petrobras será uma campeã brasileira
Segundo Castello Branco, o Brasil, “parece envergonhado de explorar commodities”. A prioridade da sua gestão será a produção de petróleo e gás natural. O executivo disse ser “otimista com o gás natural”, que deveria ter novas utilidades, como para fins automotivos. Castello Branco foi por quase 15 anos foi diretor da mineradora Vale
Castello Branco disse que tentará transformar a Petrobrás numa “campeã”. Segundo ele, nos últimos dois anos, seus antecessores apenas evitaram o rebaixamento da estatal.
“A Petrobrás hoje é muito melhor que a de 2015. Escapou de ser rebaixada para a segunda divisão. Mas ainda há muito o que fazer para ser uma campeã”, afirmou Castello Branco. Para o executivo, o Estado do Rio de Janeiro, principal produtor nacional, deverá se transformar numa “Houston” brasileira.
A projeção do governo e da Petrobras é que, até 2027, o setor de petróleo e gás natural movimente R$ 1,4 trilhão em investimentos. Os recursos seriam necessários para fazer frente às necessidades de ampliação da exploração e produção de petróleo e gás natural. Além disso, os investimentos seriam no setor de produção de combustíveis.