Presidente da Nissan: aliança com a Renault não está em perigo
O presidente da Nissan, Hiroto Saikawa, declarou que a aliança industrial com a Renault não está em perigo.
O presidente da Nissan conversou com a AFP no meio da crise vivida pela pela prisão em novembro no Japão do ex presidente Carlos Ghosn. Ghosn foi o criador da aliança entre as montadoras japonesa e francesa.
Segundo Saikawa, que não quis falar sobre o futuro de Ghosn, seu ex-mentor, essa parceria “não está em risco”. O presidente da Nissan garantiu estar em contato “quase diário” com a Renault, apesar das tensões.
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“O sistema judicial japonês segue seu curso. Não tenho nada a dizer. Quero apenas me concentrar na estabilização da companhia e fazê-la avançar passo a passo”, afirmou Saikawa. Essa foi a primeira entrevista a um veículo de imprensa desde que o caso Ghosn explodiu.
A Nissan e a Mitsubishi já afastaram Ghosn da presidência, após sua prisão. Todavia, a Renault decidiu mantê-lo como conselheiro, na base do princípio da presunção de inocência.
Saikawa, 65 anos, era um dos homens de confiança de Ghosn. Entretanto, o executivo surpreendeu com suas duras palavras após a prisão de seu ex-chefe, em 19 de novembro passado.
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Relembre o caso Ghosn
Detido em Tóquio por suspeita de fraude, Ghosn comparece pela primeira vez à Justiça, nesta terça-feira (8).
O executivo de 64 anos foi acusado de ter omitido em suas declarações de renda às autoridades da Bolsa nipônica. Ele teria escondido quase 5 bilhões de ienes (44 milhões de dólares) durante cinco anos, entre 2010 e 2015.
Seu braço direito, Greg Kelly, também foi acusado de ter ajudado a ocultar valores.
Ghosn também é suspeito de ter repetido a fraude, entre 2015 e 2018, totalizando 4 bilhões de ienes (35 milhões de dólares). Esse ponto havia provocado uma primeira prorrogação do período de detenção.
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Além das acusações de não ter declarado sua renda real, a Nissan afirma que seu ex-presidente utilizou ilicitamente residências de luxo espalhadas em vários países do mundo pagas pela empresa.
A Nissan também é investigada como pessoa jurídica. A Promotoria suspeita da responsabilidade da empresa, que forneceu os relatórios falsos às autoridades da Bolsa.
A detenção de Ghosn, que foi destituído da presidência da Nissan poucos dias depois de ser preso, resultou de uma investigação interna da empresa. O executivo também foi destituído da presidência da Mitsubishi Motors.
A prisão de Ghosn provocou uma crise na aliança entre a Nissan e a Renault, criada em 1999, costurada próprio por Carlos Ghosn. Com a entrada da Mitsubishi Motors, se tornou o maior grupo mundial do setor automobilístico.