Para o presidente do Itaú, Candido Bracher, afirmou que a reforma da Previdência é correta.
Segundo o presidente do Itaú, a dimensão da reforma da Previdência seria “muito boa”. Ele se referiu ao documento divulgado na segunda-feira (4), mesmo se esse não seja a proposta final do governo do presidente Jair Bolsonaro. Para o executivo, se o governo conseguir aprovar a reforma, o Brasil poderá ter um crescimento sustentável por muito tempo. Entretanto, se as mudanças não forem aprovadas, o mercado sofrerá com uma forte frustração.
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Segundo a minuta, a reforma da Previdência imporia idade mínima igual de 65 anos para homens e mulheres. Além disso, ela limitaria o recebimento do benefício integral com 40 anos de contribuição.
“Eu tenho dito que é acredito que estamos diante de uma situação binária em relação a aprovar ou não a reforma a Previdência. Se o governo aprovar uma reforma que tenha o tamanho da que está no Congresso, teríamos anos de crescimento sustentado”, explicou Bracher.
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Interromper crescimento da relação dívida pública/PIB
O presidente do Itaú explicou que o equilíbrio econômico do Brasil está baseado na expectativa de que a reforma tenha a capacidade de interromper o crescimento da relação dívida pública/PIB.
“Não existe equilíbrio quando a dívida pública/PIB cresce indefinidamente. Se não aprovar a reforma, a inflação baixa não se sustenta”, afirmou o executivo.
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O presidente do Itaú também explicou que a aprovação do projeto pode levar o Ibovespa para acima dos 100 mil pontos. “Nos preços de hoje, já está embutida uma probabilidade de 70% da reforma ser aprovada”, declarou o executivo.
Revisão para baixo do PIB
Bracher informou que o banco está revisando para baixo a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2019. Segundo presidente do Itaú, os números de janeiro não teriam sido tão vigorosos quanto esperado.
“As nossas projeções consideram o crescimento da economia em 2,5%. Isso está em revisão, pode ficar mais perto de 2%”, explicou Bracher.
Segundo o presidente do Itaú, as grandes empresas esperam a aprovação da reforma pra a de retomada dos investimentos. Uma espera que nesse momento limita a demanda por crédito no segmento.
Além disso, o crescimento do mercado de capitais também deu sinais pouco animadores. Segundo o Itaú, o crédito deveria crescer em 2019 entre 8% e 11%. Entretanto, a expansão deveria estar centrada nos segmentos de pessoa física e pequenas e médias empresas. Tomadores de crédito que oferecem maior risco de inadimplência. Por isso, o banco prevê um aumento nas reservas para cobrir eventuais calotes.
Entretanto, Bracher salientou como a inadimplência esteja melhorando. No ano passado a taxa de atrasos superiores a 90 dias foi de 2,9%. “Se medir em cada linha, a tendência é da inadimplência melhorar”, explicou o presidente do Itaú.
O presidente do Itaú espera que a aprovação da reforma da Previdência traga uma retomada da carteira de crédito de grandes empresas. “Nas grandes empresas, a demanda já tem melhorado um pouco e poderá melhorar ainda mais quando for aprovada a reforma da Previdência”, afirmou o executivo.