Gol (GOLL4) rejeita possibilidade de recuperação judicial

O presidente da Gol (GOLL4), Paulo Kakinoff, afirmou nesta quarta-feira (17) que a companhia apresenta neste momento uma recuperação judicial em sua agenda.

A Gol, assim como outras empresas do setor aéreo, vem sofrendo forte impacto devido à pandemia do novo coronavírus. Embora a retomada tenha iniciado agora, algumas dessas companhias registraram uma queda de até 100% em seus voos. Dessa forma, muitas estão sem caixa para conseguir fazer frente aos seus passivos.

“Quando a pergunta se é possível uma recuperação judicial, a resposta é que ninguém pode responder impossível. Tudo é absolutamente possível. Porém, respondendo claramente, não temos nenhuma discussão, não enxergamos cenário que nos coloque nessa posição assumindo as variáveis que temos hoje, de recuperação de demanda, câmbio e custos de combustível. Dentro desse horizonte de variáveis que assumimos como mais prováveis, descartamos possibilidade de recuperação judicial”, salientou Kakinoff, em evento promovido pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

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Quando perguntado sobre a necessidade de caixa da Gol para conseguir atravessar esse momento de turbulência, o executivo ressaltou que a empresa possui um posição confortável até o final deste ano.

“Mas a questão principal não é quanto o caixa dura e sim nossa capacidade para reduzir a velocidade de queima de caixa, independentemente da duração da pandemia. Temos de redesenhar a companhia para uma relação de receita e custos para voltar ao equilíbrio em um cenário de demanda ainda arrefecida de maneira considerável pelo menos até o final do ano”, comunicou Kakinoff.

Mercado deve voltar aos níveis pré-crise em 2021, diz presidente da Gol

Apesar do cenário árido para o setor de aviação, Kakinoff declarou que espera que o mercado doméstico brasileiro deverá voltar aos níveis pré-pandemia em meados de 2021.

“Mas quando digo ao normal, não necessariamente aos níveis de 2019. É um normal comparável ao que foi 2017, 2018 e 2019, períodos em que as aéreas tiveram margem acima do breakeven“, afirmou o presidente da Gol.

A companhia projeta sair de 50 voos diários registrados no auge da crise, em meados de abril, para uma faixa entre 200 e 250 voos por dia em julho. Atualmente, a empresa brasileira está operando com 120. “Já vemos um maior nível de procura por bilhetes”, destacou o executivo.

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No que tange aos voos internacionais, o presidente da companhia ainda ressaltou que alguns analistas apostam em retomada somente no final de 2022 ou até em 2023. “Hoje é positivo que nossa dependência (de voos internacionais) seja pequena. Justamente porque analistas preveem recuperação para patamares pré-crise levará anos”. No período pré-pandemia, quase 15% da receita da empresa era oriunda do segmento de voos internacionais.

Não obstante as dificuldades no setor, a Gol informou que conseguiu manter suas operações e a segurança de seus funcionários. Segundo Kakinoff, dos total de 6 mil funcionários, 14 estão com o vírus ativo; enquanto desses somente seis são tripulantes e apenas três voaram nos últimos 20 dias.

Arthur Guimarães

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