O presidente do Banco Central da Argentina, Guido Sandleris, anunciou sua renúncia do cargo na última quarta-feira (4).
Sandleris escreveu em uma carta ao atual mandatário da Argentina, Mauricio Macri, que deixará seu cargo um dia antes de Alberto Fernández assumir a Presidência, dia 9 de dezembro.
“Acredito que a renúncia prepara o caminho para que o presidente eleito (Fernández) conte com a absoluta liberdade para nomear quem achar adequado para implementar seu plano econômico, incluindo sua política monetária e cambial”, disse Sandleris em entrevista coletiva.
O presidente da instituição financeira está no cargo desde setembro de 2018 e disse estar honrado por seu trabalho e que as políticas monetárias aplicadas foram “prudentes” pois permitiu corrigir desequilíbrios ficais. Além de, aumentar as reservas, reduzir os passivos remunerados da entidade e eliminar o excesso de pesos (moeda argentina).
Há desafios pela frente, diz presidente do BC da Argentina
Apesar de honrado pelo trabalho realizado, Sandleris demonstra preocupação com a tradição argentina de reconfigurar o comando do banco a cada eleição. Isso contribui para uma “falta de consenso básico em torno da importância de construir uma moeda saudável e, especialmente, como fazer isso”.
“O contexto atual é complexo e há grandes desafios pela frente. Estamos em recessão há mais de um ano e meio, a inflação aumentou e a volatilidade financeira foi muito alta”, salientou o presidente.
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“Estamos atravessando um momento difícil. Temos uma economia que está em recessão. Temos uma inflação muito alta. Houve uma variedade de razões pelas quais a política monetária implementada não foi bem sucedida neste sentido”, completou.
Sandleris reconheceu erros de decisões tomadas pelo contexto de “alta volatilidade”, que se acelerou após o revés de Macri nas eleições primárias de agosto.
Por fim, o presidente da instituição da Argentina disse que não se vê em condições de dar conselhos ao governo de Fernández. “A única coisa que lhes diria é que, com o Fundo Monetário Internacional (FMI), é preciso ter sempre um pouco de paciência: tende a ser muito burocrático”, informou Sandleris.
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