Presidente da Petrobras prevê queda nos preços do gás natural
O CEO da Petrobras (PETR3; PETR4), Roberto Castello Branco, disse acreditar em uma “redução significativa” da tarifa de transporte. Isso impacta diretamente nos preços do gás natural do País.
A fala do executivo da Petrobras faz alusão ao processo de chama pública para a contratação da capacidade do gasoduto Bólivia-Brasil (Gasbol). A tendência é que as novas tarifas do gasoduto caiam, visto que que já teve seus investimentos amortizados.
Obras da Petrobras
“Acredito numa significativa redução da tarifa de transporte, que contribuirá redução do preço (final) do gás”, disse Castello Branco, durante discurso no Seminário de Gás Natural do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).
O CEO da Petrobras, ainda, comentou sobre o plano de construção do Rota 3, gasoduto que transportaria a produção do pré-sal até a costa. As obras estão atreladas à construção de uma unidade de processamento de gás natural do Comperj, em Itaboraí (RJ).
Castello Branco acredita que a conclusão do projeto será realizada em 2021. Até lá, o planejamento da estatal está focado em reinjetar a produção de gás natural dos campos alinhados ao Rota 3.
O presidente da empresa disse que “em função dos desmandos do passado houve atraso na construção da Rota 3. Somos obrigados a reinjetar gás em escala maior do que o recomendável para não reduzir a produção de petróleo.”
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Em relação ao projeto de criação do Brasduto, um fundo para financiar a expansão de gasodutos no Brasil, Castello Branco diz que “acha que o Brasduto é abominável” e “incompatível com a política econômica do governo”. Para ele, a criação desse fundo tira recursos que seriam utilizados de outra forma, como na educação e na saúde do País.
Privatização da estatal
Em busca de reduzir o endividamento e melhorar o ROIC da Petrobras, a empresa está trocando o plano de venda dos seus ativos. Para Castello Branco, o plano concilia os interesses da estatal e do governo, além de colaborar para “recolocar o Brasil no caminho da prosperidade, com aumento de investimentos e ganhos de produtividade”.
A expectativa, diz o presidente, é que empresas privadas tenham interesse em ampliar a sua capacidade de refino no País. Castello Branco afirmou na última terça-feira (13) que o governo não está desmontando a petrolífera estatal. A declaração ocorreu durante uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado.
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Entretanto, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na última quinta-feira (15) em evento no Rio de Janeiro, que a privatização da Petrobras não está descartada pelo presidente Jair Bolsonaro.