O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que anunciará “em breve” medidas para aumentar a segurança do Pix. Isso, inclusive, poderá incluir a limitação de horário da transação pelos clientes.
As medidas serão uma resposta ao aumento do uso da ferramenta em crise. A segurança do Pix, ferramenta de transferência de dinheiro mais utilizada no País, é uma preocupação dos usuários.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foram registrados 206 boletins de ocorrência de sequestro-relâmpago no estado de janeiro a julho deste ano — aumento de 39,1% em relação ao mesmo período de 2020.
A pasta, porém, não tem o detalhamento de quais dos casos envolvem o Pix.
“Olhamos com cuidado associação do Pix com criminalidade. Anunciaremos em breve conjunto de medidas para Pix ser mais seguro”, afirmou Campos Neto, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e da Esfera nesta sexta-feira (27).
Apesar de antecipar a adoção de medidas para tornar a transferência mais segura, Campos Neto defendeu que o aumento nos sequestros relâmpagos não está necessariamente ligado ao Pix, mas sim ao aumento na circulação de pessoas com a melhora nos índices na pandemia.
“Sequestro relâmpago pode ser Pix, TED, DOC, qualquer coisa. Havia sequestros relâmpagos em ATMs, foram ajustando”, completou.
Dicas de como se proteger e aumentar a segurança do Pix
Além de sequestros-relâmpagos, outras ações dos criminosos são o envio de links maliosos para roubo de dados, conversas no WhatsApp se passando por parentes ou amigos e até mesmo transferências após o furto do celular.
Todos estas artimanhas são usadas para praticar roubos pelo Pix.
No Distrito Federal, 87% dos crimes cibernéticos cometidos em 2021 até agora estavam relacionados ao Pix. No Rio, houve um aumento de 33% em estelionatos virtuais neste primeiro semestre, de acordo com a Polícia Civil.
Em reportagem, o jornal O Estado de S.Paulo listou oito dicas sobre como se proteger. São elas:
- Revise e configure o limite do Pix;
- Não utilize a senha do banco em outros aplicativos;
- Não anote ou salve senhas dentro do celular;
- Utilize o bloqueio da tela de início do celular;
- Não faça um Pix para números desconhecidos;
- Notifique imediatamente seu banco;
- Avise também a operadora de celular;
- Registre um boletim de ocorrência.
“Por seu desenho tecnológico, todas as operações com o Pix são 100% rastreáveis, o que permite a identificação das contas recebedoras de recursos produtos de golpe/crime”, diz o BC. A segurança do Pix é um tema discutido desde seu lançamento, em outubro de 2020.
(Com informações do Estadão Conteúdo)