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Preocupação com alta da Selic não foi ‘apagada’ após PIB acima do esperado, dizem economistas

Selic. Foto: iStock.

Selic. Foto: iStock.

Mesmo com um dado do Produto Interno Bruto (PIB) que surpreendeu positivamente – em 1,4% ante 0,9% esperados – economistas destacam que as preocupações com uma elevação da Taxa Selic seguem no radar.

Os especialistas apontam que pontos como o expansionismo fiscal são pesam na balança a favor de uma alta da Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária, o Copom.

“A economia brasileira tem mostrado excelente desempenho no ano, com inflação ainda controlada, mercado de trabalho aquecido, e a atividade econômica que continua superando as projeções. Contudo, é nítido que expansionismo fiscal esta sobrepondo o contracionismo monetário, ao passo que a economia cresce mesmo com um juros de 10,50%”, analisa José Alfaix, Economista Da Rio Bravo.

“As preocupações com a elevação da Selic se mostram cada vez mais coerentes, já que observamos uma economia muito forte, e a ascensão de pressões inflacionárias”, completa.

Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, comenta que o dado do PIB teve uma influência relevante do crescimento dos setores de serviços e indústria, além do crescimento do consumo das famílias e dos investimentos.

“Para o mercado financeiro, esses dados podem influenciar as expectativas em relação à política monetária e fiscal. Com um cenário de crescimento econômico mais forte, o Banco Central pode enfrentar pressões para ajustar a taxa Selic, a fim de conter possíveis pressões inflacionárias decorrentes do aumento do consumo”, pontua.

“Além disso, a revisão das projeções de crescimento para o ano pode impactar as estratégias de investimento, atraindo mais capital para setores em expansão. A atenção continuará voltada para a sustentabilidade desse crescimento, especialmente diante das incertezas fiscais e do cenário global”, conclui.

Itaú destaca elevação de gastos do setor público no PIB

Analisando o dado do PIB divulgado nesta terça (3), o time de pesquisa macroeconômica do Itaú, liderado pelo economista Mario Mesquita, apontou que o dado surpreendeu positivamente, mas mostrou uma alta de gastos do governo.

“O resultado de hoje veio acima da nossa expectativa, com expansão do setor público (gastos do governo do lado da demanda e administração pública do lado da oferta), além de consumo resiliente e alguma recuperação do investimento (que vem de patamar baixo)”.

Com isso, a casa projeta um crescimento econômico de 2,5% no acumulado do ano de 2024

Mercado espera Selic de 10,50% em 2024

Conforme a edição mais recente do Boletim Focus, o consenso do mercado financeiro ainda espera que a taxa de juros seja mantida estável até o fim do ano, em 10,50%.

Já para 2025, a expectativa do mercado é de uma Selic de 10%. Para os dois anos seguintes, de 9,5% e 9%, respectivamente.

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