Com o resultado negativo apresentado pela Tenda (TEND3) na última quinta (4), a XP publicou nesta sexta (5) um relatório sobre o balanço do terceiro trimestre da empresa, alegando que a mesma teve “um trimestre para esquecer”.
“A Tenda divulgou resultados fracos no 3T21, prejudicados por custos sob pressão bem acima do esperado, levando a margem bruta a 23,2% (-10bps ano a ano e -5bps trimestre a trimestre), bem abaixo da nossa estimativa de 30%, e impactado negativamente pelos preços das matérias-primas (principalmente aço)”, diz o relatório assinado por Renan Manda e Ygor Altero.
No entanto, a análise de especialistas reitera que espera uma retomada da receita da Tenda nos trimestres seguintes e gradualmente alivie a pressão de margem bruta no médio e longo prazo.
Os especialistas também comentam que as despesas operacionais atingiram R$ 124 milhões no 3T21 contra R$ 128 milhões no 2T21, levando o resultado final para R$ 6 milhões no 3T21 (-91% A/A), abaixo da estimativa da XP, de R$ 62 milhões. Os analistas explicam que isso se deve principalmente às perdas de seus projetos de construção fora do local (Alea), que ainda estão em fase inicial de operações.
“Por fim, a queima de caixa atingiu -R$ 79 milhões, explicada por despesas pré-pagas com matérias-primas para evitar aumentos de preços no futuro. Portanto, podemos ver uma reação negativa do mercado“, dizem.
“Dito isso, mantemos nossa visão positiva para a empresa no longo prazo com base em seu valuation atraente, negociando em 6,0x P/L em 2022″, conclui a análise.
Lucro líquido da Tenda cai 90,9% no 3T21
O lucro líquido da Tenda (TEND3) no terceiro trimestre foi de R$ 6,4 milhões, valor 90,9% menor em comparação com o ganho apurado pela construtora um ano antes.
O resultado consolidado abrange o lucro de R$ 16,6 milhões da Tenda, principal braço de negócios do grupo, voltado para a construção tradicional, e prejuízo de R$ 10,2 milhões da Alea, nova marca baseada em casas industrializadas.
Na divulgação de seu resultado trimestral, a Tenda anunciou também uma revisão de suas metas para 2021. A empresa cortou a meta de margem bruta, revisada em agosto para 28% a 30%, passando agora para uma oscilação entre 26% e 28%. A estimativa para vendas líquidas foi mantida entre o mínimo de R$ 3 bilhões milhões e o máximo de R$ 3,2 bilhões.