Além das perdas financeiras nos últimos tempos, a Embraer também sofreu cortes no quadro de funcionários. A informação é do G1.
O número de empregados da Embraer no Brasil diminuiu quase 10% nos últimos cinco anos. Em 2013, a fabricante tinha 17.302 funcionários, contra os 15.670 no fim de 2018.
O cenário no exterior é o inverso. O quadro de funcionários fora do Brasil aumentou 44%, indo de 1.976 em 2013 para 2.850 no fim do ano passado.
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Em 2018, a fabricante teve o pior desempenho desde que foi privatizada, em 1994, com um prejuízo de R$ 669 milhões – ante um lucro de R$ 850,7 milhões registrado em 2017. No quarto trimestre de 2018, o prejuízo líquido foi de R$78,1 milhões. No mesmo período do ano anterior, a Embraer havia apresentado lucro de R$ 132 milhões. Durante o terceiro trimestre de 2018, a empresa também registrou prejuízo, no caso, o déficit foi de R$ 83,8 milhões.
Foi o primeiro balanço divulgado pela empresa após a aprovação pelos acionistas da venda da divisão comercial da Embraer para a Boeing – operação ainda não concluída. As perdas teriam sido consequência do aumento das despesas operacionais.
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A receita líquida atingiu R$ 6,3 bilhões durante o quarto trimestre, um alta de 13% em relação ao trimestre anterior. Durante o ano de 2018 a receita foi de R$ 18, 7 bilhões.
Durante o quarto trimestre o Ebit ajustado ficou em R$ 159,3 milhões registrando uma margem de 2,5%. Já o Ebitda ajustado somou R$ 409,5 milhões com margem de 6,4%. No entanto, o Ebit anual ajustado em 2018 foi de R$ 800 milhões, enquanto o Ebitda anual ajustado ficou em R$ 1,713 bilhão. Além disso, a margem do Ebit e Ebitda foi de 4,3% e 9,2%, respectivamente.
Relembre o caso Embraer-Boeing
A Embraer aprovou com a Boeing os termos do acordo de fusão em julho de 2018. O contrato prevê a criação de uma joint venture, ou seja, uma nova empresa de aviação comercial no Brasil.
A nova sociedade tem o nome provisório de JV Aviação Comercial ou Nova Sociedade. Entretanto, a empresa, avaliada em US$ 5,26 bilhões, não terá esse nome após a conclusão de operação.
Inicialmente, quando as duas fabricantes de aeronaves assinaram um memorando, o valor era estimado em US$ 4,75 bilhões. Entretanto, a Boeing aumentou seu aporte financeiro na nova empresa. Nos termos do acordo, a Boeing ficará com 80% do negócio, enquanto a Embraer, os 20% restantes.
A Boeing pagará US$ 4,2 bilhões (ou R$ 16,4 bilhões), cerca de 10% a mais do que era previsto. No entanto, este valor supera em mais de 7% o valor de mercado total da fabricante brasileira. O maior valor de mercado já registrado pela Embraer foi em novembro de 2015, quando a companhia atingiu R$ 22,39 bilhões.
Além disso, os 20% de propriedade da fabricante brasileira poderão ser vendidos para a Boeing a qualquer momento, por meio de uma opção de venda.
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Nova empresa
A Boeing fará o controle operacional e de gestão da nova empresa. Os executivos da joint–venture responderão diretamente ao presidente e CEO da Boeing, Dennis Muilenburg. Todavia, a operação, se aprovada, será liderada por uma equipe de executivos no Brasil.
A Embraer manterá o poder de decisão para temas específicos que foram definidos em conjunto, como a transferência das operações do Brasil.
Em 2017, a área de aviação comercial da fabricante brasileira representava 57,6% da receita líquida da empresa. Essa área foi responsável por US$ 10,7 bilhões de um total de US$ 18,7 bilhões da receita da Embraer.
No entanto, a Boeing apresenta uma receita anual cerca de 16 vezes mais alta que a da Embraer. Em 2017, a brasileira faturou US$ 5,8 bilhões, enquanto a fabricante norte-americana US$ 93,3 bilhões.
A Boeing é a principal fabricante de aviões comerciais para voos de longo alcance. Por outro lado, a Embraer lidera o mercado de jatos regionais, com aeronaves para vôos a distâncias menores.
A Embraer (EMBR3) espera um resultado de aproximadamente US$ 3 bilhões na fusão com a Boeing (BOEI34), descontados os custos de separação.