O preço do ouro subiu para um novo recorde nesta segunda-feira (27), ao mesmo tempo que a recente desvalorização do dólar impulsionou investidores a buscarem ativos que reservam valor. A atitude do mercado ocorre em meio a uma extensão da incerteza sobre a economia mundial.
Os contratos futuros de entrega de ouro em agosto subiram 2,1% em Nova York, para US$ 1.937,60 (cerca de R$ 10.009) a onça, superando o antigo pico intradiário de US$ 1.923,70, em setembro de 2011. Os contratos futuros de ouro atingiram o maior nível histórico de fechamento na última sexta-feira (24), porém ficaram um pouco abaixo do recente recorde intradiário.
O recorde desta segunda-feira representou um marco histórico para a corrida bullish da commodity, ao lado das altas registradas entre 2008 e 2011 e o final da década de 1970. As perspectivas sombrias para a economia mundial, o declínio nas taxas de juros, as tensões crescentes entre os EUA e a China e a depreciação do dólar alimentaram o movimento de alta, já que os investidores compraram ativos que consideram ser mais seguros.
“Ainda há muitas coisas com que se preocupar, e é por isso que o ouro está atraindo toda essa atenção e todo esse dinheiro”, disse David Govett, chefe de metais preciosos da corretora Marex Spectron ao jornal “The Wall Street Journal”.
Os efeitos do coronavírus no mercado acionário e no ouro
O avanço registrado nos preços das commodities levou os contratos futuros do ouro a um sétimo dia de alta consecutivo, sendo o maior e mais duradouro aumento acumulado desde fevereiro. Os preços do ouro subiram 8,9% no mês passado e 27% neste ano, tornando o metal um dos principais ativos com melhor desempenho em 2020.
O preço da prata, visto como uma reserva de valor pelos investidores, além de ter usos industriais generalizados, subiu ainda mais rápido que o ouro na segunda-feira. Os contratos futuros de entrega em setembro saltaram 7,2%, para US$ 24,49 a onça, o nível mais alto em quase sete anos.
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Além do aumento da incerteza na economia global, a recente queda no valor do dólar tornou os metais preciosos, como o ouro, mais atraentes para os investidores no exterior. O ICE U.S. Dollar Index, indicador que acompanha o dólar em relação às moedas de seis parceiros comerciais, caiu 1%, estendendo sua queda no mês passado para 4%.