O aumento do preço da gasolina no Brasil tem causado irritação não só entre os consumidores, que notam a diferença na hora de colocar a mão no bolso, mas em Brasília também, onde o Congresso e o Executivo do Governo Federal buscam uma saída para a escalada do valor. Mas, segundo levantamento da plataforma Global Petrol Prices os preços praticados no Brasil não estão tão fora da média mundial.
No ranking, o país governado pelo presidente Jair Bolsonaro ocupa a 82ª posição entre 170 Estados e nações pesquisados. No Brasil, segundo dados consultados nesta sexta-feira (18), a gasolina é comercializada ao preço médio de US$ 1,305, ou R$ 6,53, segundo cotação desta tarde.
O valor fica abaixo do preço médio internacional de US$ 1,324, ou R$ 6,63.
Entre os pares latinos, o Brasil fica atrás apenas do Uruguai e Peru, com gasolina a US$ 1,757 e US$ 1,436, respectivamente. Em comparação com os demais, a gasolina brasileira é mais cara que a encontrada no Paraguai, a US$ 1,270, ou na Argentina, a US$ 0,970, por exemplo.
Esta diferença tem causado grande procura nas regiões de fronteiras e há registros, em redes sociais, de confusão entre moradores e visitantes brasileiros por conta das longas filas, aumento da demanda e medo de desabastecimento.
A gasolina do Brasil é mais cara também que a comercializada nos Estados Unidos. Segundo a plataforma, nos EUA, o litro é vendido, em média, a US$ 1,239.
Venezuela lidera ranking de gasolina mais barata
Por causa da inflação galopante que derrubou o valor da moeda local, a gasolina mais barata é encontrada nos postos da Venezuela, vendida a US$ 0,025, ou 0,003% do preço praticado no Brasil.
A lista dos países com a gasolina mais barata inclui também outros grandes produtores de petróleo, como Irã, a US$ 0,051, Kuwait, a US$ 0,345, Nigéria, aUS$ 0,400, Rússia, a US$ 431 e Iraque US$ 514.
País com o litro mais caro custa R$ 14,41, mas dá para dar a volta nele com um tanque
Já o preço médio da gasolina mais cara é encontrado em Hong Kong, a US$ 2,879, ou R$ 14,41 — 2,13 vezes o encontrado no Brasil.
A região administrativa especial, conforme nome oficial do governo chinês, tem 7,5 milhões de residentes espalhados em 1,1 mil km², o que torna o lugar um dos mais densos do mundo.
O país é tão pequeno que para dar a volta nele basta um tanque de gasolina e ainda sobra. O Gol Trend 1.0, por exemplo, carro popular brasileiro fabricado pela Volkswagen, tem um tanque de combustível que comporta 55 litros de gasolina e, segundo informações do manual, consumo médio de 14,1 km/l na cidade e 18,6 km/l na estrada.
Com o carro, de autonomia entre 775 km e 1.023 km, seria possível dar entre 5,9 e 7,8 voltas nos arredores de Hong Kong. A façanha, entretanto, não sairia barata, e custaria US$ 158,30 ou R$ 792,55, só em combustível.
Na sequência dos países com a gasolina mais cara, aparecem os europeus Mônaco, a US$ 2,477, Holanda, a US$ 2,432, Finlândia, US$ 2,431 e Lichtenstein, a US$ 2,423.
(Colaborou a repórter Monique Lima.)