O dólar terminou esta sexta-feira (17) com baixa de 0,55% frente ao real, cotado a R$ 5,1020. Na semana, a queda da moeda dos Estados Unidos foi de 1,09%. Na mínima de ontem, a moeda chegou a bater R$ 5,1010.
No cenário mensal, a cotação do dólar acumula em maio “perdas” de 1,74% em relação ao real, e alcança o menor patamar dos últimos 10 dias.
Segundo Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, a semana foi repleta de acontecimentos relevantes, fazendo com que o preço do dólar encerrasse o período com baixa acima de 1%, com várias questões influenciando nessa movimentação.
“A recalibragem das expectativas para os juros no Brasil, após a decisão do Banco Central por um corte mais brando na taxa Selic em comparação com o ritmo adotado desde o segundo semestre de 2023, gerou impacto no horizonte dos juros. Outro fator local relevante foram as turbulências na Petrobras, devido à troca de presidente e incertezas quanto a possíveis interferências políticas”, explica Costa.
Além disso, a queda do dólar também ocorreu após o anúncio de indicadores de inflação nos Estados Unidos (EUA), que mostraram uma certa desaceleração nos preços, influenciando no “enfraquecimento” da moeda norte-americana.
Essas questões acabaram, de acordo com o especialista, aumentando a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) poderia flexibilizar a política monetária do país, tornando o dólar “menos atraente para investidores”.
Para Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, a perda de força na movimentação do dólar também acontece diante do fluxo comercial, sobretudo diante do anúncio de estímulos na China.
“Quando a gente olha o dólar e os juros, a gente vê o desempenho do dólar nesta semana neutro, mas levemente negativo. A gente viu um pouquinho de estresse nas treasuries americanas. Isso foi por conta de uma fala de uma diretora do Fed, que acabou puxando os juros depois que ela falou que ela não descarta a possibilidade de talvez subir juros se a inflação não for controlada”, diz Larussi.
O que pode movimentar o preço do dólar na próxima semana?
Diego Costa também destaca a expectativa para o dólar na próxima semana, diante de uma agenda intensa de pronunciamentos dos representantes do Banco Central dos EUA, que se inicia já neste domingo (19) com o presidente do Fed, Jerome Powell.
Na terça-feira (21), também deve ocorrer um pronunciamento da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen. O mercado observará o anúncio da Ata do Fomc, que vai trazer maiores detalhes sobre as motivações da última decisão de juros nos EUA.
Para o especialista, essas questões podem movimentar os preços do dólar, com o mercado destinando suas atenções a “qualquer sinal de mudança na política monetária dos Estados Unidos e na evolução dos indicadores econômicos”.
“A comunicação do Fed e os dados econômicos serão fundamentais para definir a direção do dólar e seu impacto nas moedas globais, incluindo o real”, conclui Costa.