O dólar encerrou esta sexta-feira (31) com valorização de 0,82% frente ao real, cotado a R$ 5,2508. Na semana, a alta da moeda dos Estados Unidos (EUA) foi de 1,60%, atingindo o maior preço em cerca de 6 semanas. Na mínima de ontem, a moeda atingiu R$ 5,1952, enquanto a máxima foi de R$ 5,2585.
Segundo Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, a semana foi novamente marcada por forte volatilidade na cotação do dólar, em meio a dois feriados, sendo um no Brasil e outro no exterior. Nesse sentido, o sentimento de cautela aumentou entre os investidores, que esperavam por informações sobre o PIB e sobre a inflação dos EUA para ajustar suas perspectivas sobre os juros norte-americanos.
O preço do dólar teve pouca variação no início da semana, diante de uma liquidez reduzida. Uma queda mais elevada foi vista no feriado do “Memorial Day”, quando a moeda dos EUA atingiu R$ 5,1346.
Na última quinta-feira (30), frente ao fechamento do mercado brasileiro com o feriado, os investidores repercutiram o crescimento nos EUA, que ficou aquém das expectativas, fazendo com que o dólar alcançasse seu menor valor semanal frente aos seus pares. O movimento em questão teve maior tração na sexta-feira (31), depois do anúncio do PCE, embora tenha se ajustado durante o dia.
Segundo Costa, a desvalorização relevante do real no fechamento da semana ocorreu na contramão do mercado internacional, onde a movimentação do dólar foi negativa na maior parte do dia. Isso aconteceu apesar do anúncio de dados positivos em relação à inflação nos Estados Unidos, que mostra uma potencial flexibilização na política monetária do país.
“A desaceleração do PCE sugere que o aperto monetário do Federal Reserve começa a surtir efeito, o que pode fortalecer a perspectiva de uma futura redução das taxas de juros nos EUA, tornando o dólar menos atrativo para investimentos. A disputa pela formação da Ptax no Brasil e as incertezas com o mercado imobiliário na China adicionaram uma dose extra de volatilidade ao mercado local. Este movimento também pôde ser observado na queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (treasuries) e dos juros futuros no Brasil”, explica o especialista.
Na Zona do Euro, o índice de preços ao consumidor teve um avanço de 2,6% no mês de maio, superior às estimativas do mercado. Porém, Diego Costa acredita que essa alta da inflação não deve impactar a decisão sobre os juros na próxima quinta-feira.
Dólar: o que o investidor deve ‘ficar de olho’ na próxima semana?
Para a próxima semana, o especialista destaca a importância de se observar a divulgação dos PMIs pelo mundo, o PIB, a produção industrial brasileira e os relatórios do mercado de trabalho nos Estados Unidos (Jolts, ADP, pedidos semanais de seguro-desemprego e Payroll).
Além disso, deve-se ficar atento à decisão de política monetária, ao PIB na Zona do Euro e à balança comercial na China. Costa conclui dizendo que os indicadores econômicos podem trazer sinalizações importantes sobre a “saúde” e direção das economias mais relevantes do mundo, impactando potenciais movimentos nos mercados, inclusive no dólar.
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