O Banco Central (BC) divulgou nesta quinta-feira (4) dados que apontam que a caderneta de poupança fechou o mês de janeiro de 2021 com saída recorde de recursos. Os saques foram maiores que as captações em R$ 18,153 bilhões no primeiro mês do ano, o que representa o maior volume de retiradas para um único mês na série histórica da autarquia, iniciada em janeiro de 1995.
O recorde anterior também havia sido reportado em janeiro, mas de 2020, quando R$ 12,356 bilhões líquidos haviam sido sacados da poupança.
O resultado de janeiro deste ano aconteceu após os brasileiros retirarem R$ 263,062 bilhões brutos da poupança, e depositarem R$ 244,909 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 1,652 bilhão no período, o saldo total da caderneta somou R$ 1,019 trilhão no fim de janeiro.
Resultado negativo coincide com o fim do coronavoucher
Vale destacar que o resultado negativo do mês passado aconteceu junto com o fim do pagamento do auxílio emergencial, apelidado de coronavoucher.
Em 2020 a poupança foi favorecida justamente pelo pagamento do coronavoucher pelo governo. Além disso, as famílias brasileiras estavam mais cautelosas frente ao medo do desemprego, o que levou muitas pessoas a reduziram gastos e a aplicar recursos na poupança.
Além disso, o primeiro mês do ano costuma apresentar mais saques que depósitos na caderneta, devido à despesas que costumam aparecer nessa época, como por exemplo, IPTU, IPVA e matrículas de escolas.
Poupança tem captação líquida bate recorde em 2020
Em ano marcado pela cautela, os brasileiros depositaram R$ 166,310 bilhões líquidos na caderneta de poupança em 2020. Este é o maior valor líquido já registrado na série histórica da autoridade monetária, iniciada em 1995.
O resultado foi fruto de aportes de R$ 3,132 trilhões na poupança durante o ano passado, menos saques de R$ 2,965 trilhões. Como a rentabilidade da caderneta somou R$ 23,853 bilhões no período, os brasileiros encerraram 2020 com volume total de R$ 1,036 trilhão na poupança.
A maior procura pela caderneta está diretamente ligada aos efeitos da pandemia sobre a economia. O BC chamou este movimento de “poupança precaucional”.
Com informações do Estadão Conteúdo.
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