Em meio à forte inflação e renda ainda contida, a caderneta de poupança registrou o terceiro mês consecutivo de saques líquidos em março. A saída de recursos somou R$ 15,356 bilhões no mês, informou nesta segunda-feira, 25, o Banco Central. É a maior retirada para o período desde o início da série histórica, em 1995.
Em fevereiro, o volume de dinheiro retirado da poupança foi de R$ 5,350 bilhões. Já em março de 2021, a saída de recursos da poupança foi de R$ 3,524 bilhões.
O Relatório de Poupança de março deveria ter sido divulgado no dia 6 de abril, mas foi adiado devido à greve dos servidores do BC, que foi iniciada no dia 1º de abril.
Na semana passada, a categoria resolveu dar um “voto de confiança” ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e suspendeu a greve até dia 2 de maio na tentativa de avançar nas negociações por recomposição salarial de 27% e reestruturação de carreira. Assim, algumas publicações, a exemplo do Relatório de Poupança, estão sendo divulgadas.
Em março, os depósitos somaram R$ 311,753 bilhões, enquanto os saques foram de R$ 327,109 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 5,138 bilhões no período, o saldo total da caderneta somou R$ 1,006 trilhão no fim do terceiro mês do ano.
Poupança: abril ainda sem prévia
O BC ainda divulgou nesta quarta uma prévia do resultado de abril, com dados até o dia 14. No período, a caderneta de poupança também teve saldo negativo, de R$ 5,917 bilhões.
Em 2021, a caderneta de poupança teve o terceiro pior desempenho anual da história, com retiradas líquidas de R$ 35,497 bilhões, após registrar recorde em 2020 (R$ 166,310 bilhões), em meio ao auxílio emergencial e à maior tendência das famílias de guardarem dinheiro no início da pandemia de covid-19.
Atualmente, com a taxa Selic a 11,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,1302% ao mês (1,57% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.
Com Estadão Conteúdo