A caderneta de poupança começou 2023 com um recorde negativo: o maior saque líquido da série histórica do Banco Central. A retirada líquida foi de R$ 33,631 bilhões em janeiro, maior do que a saída de R$ 19,666 bilhões do mesmo mês de 2022, que, até então, era o pior resultado para o mês da história.
Em meio a um contexto de juros elevados, enfraquecimento da economia e inflação alta, o saldo de janeiro deste ano também supera o saque da poupança registrado em agosto de 2022, de R$ 22,016 bilhões, antigo recorde negativo.
O resultado da poupança no primeiro mês de 2023 se compara, inclusive, ao ano fechado de 2021, o quarto mais negativo da história, quando houve saída de R$ 35,497 bilhões.
Em dezembro, houve entrada líquida de R$ 6,259 bilhões, mas o resultado do ano passado foi o pior da história para a poupança. Houve a saída de R$ 103,237 bilhões, quase o dobro do saque registrado em todo ano de 2015 (-R$ 53,567 bilhões), recorde negativo anterior.
Em janeiro, foram colocados na poupança R$ 300,785 bilhões, enquanto R$ 334,415 bilhões foram retirados. Considerando o rendimento de R$ 7,326 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 972,638 bilhões, contra R$ 998,943 bilhões em dezembro.
Poupança rende mais que inflação pela 1ª vez
Pela primeira vez desde 2018, a caderneta de poupança rendeu mais que a inflação. De acordo com a Calculadora do Cidadã, disponibilizado pelo Banco Central (BC), a aplicação rendeu 7,9% em 12 meses.
A última vez em que a poupança rendeu mais que a inflação foi há quatro anos, quando a caderneta obteve 0,85% acima do IPCA em 12 meses. Desde então, a combinação entre inflação alta e juros baixos corroeu o rendimento da aplicação mais popular no país.
O pior momento da caderneta de poupança ocorreu em outubro de 2021, quando o aplicador perdeu 7,59% contra a inflação no acumulado de 12 meses.
Com informações Estadão Conteúdo