Poupança: saques superam aplicações em R$ 10,074 bi no mês de agosto; 2023 acumula saldo negativo de R$ 80,293 bi, diz BC
A caderneta de poupança registrou nova saída líquida de recursos em agosto. Dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Banco Central (BC) mostram que as retiradas superaram as aplicações em R$ 10,074 bilhões no mês passado. Em julho, houve saques líquidos de R$ 3,581 bilhões e, em agosto de 2022, o saldo foi negativo em R$ 22,015 bilhões – o pior resultado da série histórica.
O resultado de agosto da poupança deveria ter sido publicado na quarta-feira, 6, às 15 horas, mas devido à operação-padrão dos servidores e ao feriado de 7 de setembro, o BC adiou a divulgação para a sexta-feira.
No mês passado, foram aplicados na poupança R$ 321,605 bilhões, enquanto R$ 331,680 bilhões foram sacados pelos brasileiros.
Considerando o rendimento de R$ 6,275 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 969,126 bilhões ao final do mês.
Em 2023, com apenas um mês do ano com resultado positivo, o saque acumulado da poupança é de R$ 80,293 bilhões.
A aplicação vem perdendo recursos em série desde 2021, afetada pela inflação elevada, o endividamento das famílias e os juros altos. Em 2022, o saldo foi negativo em R$ 103,237 bilhões, o pior ano na história da poupança, cuja série foi iniciada em 1995.
Atualmente, com a taxa Selic a 13,25% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), hoje em 0,1397% ao mês (1,69% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita pela TR mais 70% da taxa básica de juros.
Tesouro Educa+: título do Tesouro quer estimular a formação de poupança para o Ensino Superior
O Tesouro Direto lançou em agosto o título Tesouro Educa+, um investimento para estimular famílias na poupança para financiar a educação superior dos filhos. Corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e com pagamento de amortizações em parcelas mensais, a ideia é proporcionar um investimento de no mínimo cinco anos (ou 60 meses), a partir da data determinada pelos responsáveis. As informações são do Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, para o veículo econômico Valor Investe.
Com Estadão Conteúdo