Positivo (POSI3) avança quase 7% após balanço: analistas veem resultados sólidos
As ações ordinárias da Positivo (POSI3) avança quase 7% por volta das 16h no pregão desta terça-feira (16), negociadas a R$ 5,29, após a empresa divulgar na noite de ontem seu balanço do quarto trimestre de 2020. Os analistas da XP Investimentos afirmaram que o resultados foram sólidos e os do BTG Pactual (BPAC11) pontuaram surpresa com o desempenho operacional.
As percepções para o futuro da Positivo, entretanto, diferem. O BTG reiterou sua recomendação de compra para o papel e o preço-alvo em R$ 9. A XP permaneceu neutra e deixou o preço-alvo em R$ 6.
Apesar da piora do cenário econômico, do corte do auxílio emergencial e da desvalorização da moeda brasileira, que podem impactar o consumo do varejo, os analistas do BTG, mantiveram suas visões positivas no longo prazo para a companhia.
Isso por conta principalmente da existência de uma demanda reprimida de contratos feitos pelo governo e por instituições públicas, que devem voltar em breve – as vendas para o setor público da Positivo cresceram apenas 1% na base anual no quarto trimestre de 2020, muito aquém dos demais setores.
A XP também vê a demanda do varejo caindo por causa do cenário macroeconômico, mas não acredita que a possível recuperação das compras feitas pelo setor público seja suficiente para manter o desempenho operacional da Positivo crescendo, apesar de considerar importante para a empresa, por exemplo, a vitória da licitação para a manutenção das urnas eletrônicas.
Positivo registrou crescimento em quase todas suas linhas de produtos
Entre os destaques, para a XP, está, primeiramente, o “forte crescimento da venda de hardwares”. Esse setor foi impulsionado pela pandemia, com as pessoas comprando equipamentos para o home office e para as aulas de ensino à distância, e também pelo auxílio emergencial, que fortaleceu, durante 2020, o poder de compra de muitos brasileiros.
O BTG foi na mesma linha, pontuando o crescimento de 44% da venda de computadores pessoais na base anual, ou R$ 622 milhões, representando 59% das vendas. O banco de investimentos ainda aponta para o avanço das vendas de celulares, que alcançaram R$ 113 milhões no quarto trimestre, alta de 74% na base anual.
Além do setor pessoal, a Positivo avançou também nas receitas angariadas com a Accept, seu negócio de servidores, e com a loT, que chegaram a, respectivamente, R$ 166 milhões, alta de 54% na base anual, e R$ 18 milhões, alta de 314%.
Com todos esses segmentos intensificando os ganhos, a receita líquida da Positivo chegou a R$ 887 milhões, crescendo 59% na comparação com o mesmo período de 2019 e superando as projeções do BTG em 30%.
Para a XP, a Positivo mostrou uma “forte recuperação de rentabilidade, devido à demanda aquecida, um portfólio mais aderente às necessidades dos consumidores, grande capacidade de reação no supply chain e uma melhor atuação junto aos canais de distribuições”.
Entre os resultados, o BTG pontua também que a Positivo conseguiu diminuir a margem gasta com despesas com vendas e também seus com despesas gerais e administrativas, o que fez a companhia chegar a um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 95 milhões, bem maior do que os R$ 41 milhões projetados pelo banco.
O lucro líquido ajustado de R$ 11 milhões da Positivo foi impactado por despesas com câmbio e o não ajustado, de R$ 147 milhões, surfou no ganho do reconhecimento de créditos fiscais.