Porto (PSSA3) vê lucro crescer 90,2% no 1T24, para R$ 651 milhões

O conglomerado empresarial Porto (PSSA3), conhecido anteriormente como Porto Seguro, informou ao mercado um lucro líquido de R$ 651 milhões nos primeiros três meses deste ano (1T24), marcando um aumento de 90,2% em comparação ao mesmo período de 2023 (1T23). O desempenho da empresa foi anunciado em balanço nesta terça-feira (14).

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A receita total do grupo Porto no 1T24 também apresentou uma trajetória ascendente, atingindo um crescimento anual de 14,2%, totalizando R$ 8,6 bilhões.

A métrica que serve para avaliar a eficácia dos investimentos, o Retorno sobre Patrimônio Líquido Médio (ROAE), registrou uma elevação de 8,1 pontos percentuais em relação ao 1T23, alcançando a marca de 20,9% no final de março.

Segundo o balanço da Porto no 1T24, os investimentos gerenciados pela tesouraria da Porto apresentaram um retorno de R$ 322,2 milhões durante o 1T24. Esse desempenho representa uma rentabilidade equivalente a 94,9% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), conforme comunicado oficial do grupo.

O grupo Porto diz que esse resultado foi influenciado positivamente pelo desempenho favorável em renda variável e multimercados, enquanto crédito privado e títulos marcados na curva (NTN-B) também contribuíram para o impacto positivo.

No que diz respeito ao resultado financeiro global da holding, houve um crescimento de 68,5% em comparação ao início de 2023, totalizando R$ 234,1 milhões ao término do primeiro trimestre deste ano.

Além disso, o índice de eficiência operacional do grupo, que analisa as despesas administrativas em relação à receita total, registrou uma melhora de 1,3 ponto percentual nos três primeiros meses deste ano, atingindo o patamar de 11,5%.

A inadimplência das operações de crédito da Porto, considerando atrasos superiores a 90 dias, encerrou o 1T24 em 6,5%, caindo 1,0 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2023. Essa taxa continua 0,4 ponto percentual abaixo da média de mercado.

O grupo afirma que as novas safras de operações de crédito têm se destacado pela boa performance, indicando a efetividade das políticas implementadas nos últimos meses pela companhia. Diz ainda que o foco na gestão de risco e na melhora da qualidade da carteira de crédito permanecem como pilares do crescimento sustentável do grupo.

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Confira o desempenho da Porto em quatro verticais no 1T24

No setor de seguros, a vertical Porto Seguro registrou um aumento anual nos prêmios do primeiro trimestre, atingindo a marca de R$ 5,1 bilhões, o que representa um crescimento de 6,6%.

  • Dentro dessa vertical, o segmento patrimonial foi o destaque, com uma taxa de crescimento de 12,5%, seguido pelo segmento de vida, com 12%.
  • No segmento automotivo, principal produto do grupo, os prêmios aumentaram 5,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A frota segurada também apresentou um crescimento, atingindo 6 milhões de veículos, um aumento de 320 mil unidades em relação ao primeiro trimestre de 2023.
  • A Porto informou que o índice combinado da vertical de seguros melhorou em 4,3 pontos percentuais, alcançando 88,9% no primeiro trimestre. A empresa atribui essa melhoria à redução da sinistralidade no segmento automotivo, que teve uma queda de 5,3 pontos percentuais. Segundo a Porto, esse avanço foi resultado do aprimoramento na avaliação de riscos, um maior controle de sinistros e de condições climáticas mais favoráveis se comparadas ao primeiro trimestre de 2023.

Na área de saúde, as receitas da Porto Saúde aumentaram 48,9% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 1,5 bilhão.

  • A empresa destacou um aumento de 52,7% em comparação com o primeiro trimestre de 2023. Além disso, a Porto Saúde registrou um incremento de 135 mil vidas no período, alcançando um total de 562 mil beneficiários.

Enquanto isso, no Porto Bank, as receitas totais cresceram 21%, ultrapassando R$ 1,3 bilhão.

  • Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento de 38,7% nas receitas do consórcio, segundo a companhia. No segmento de cartão de crédito, o volume total transacionado aumentou 17,7%, atingindo a marca de R$ 13,6 bilhões.

Já a vertical Porto Serviço divulgou sua primeira receita no 1T24, totalizando R$ 612,4 milhões.

  • Essa área, diz a Porto, engloba serviços de assistência residencial, empresarial e automotiva. Durante o trimestre, foram realizados 1,2 milhão de atendimentos, de acordo com a empresa.

De janeiro a março deste ano, a Porto diz ter fechado seu portfólio com 17 milhões de clientes.

Exposição da frota segurada pela Porto no Rio Grande do Sul representa até 1% do total do grupo

O CEO da Porto, Paulo Kakinoff, disse em nota à imprensa que a exposição da frota segurada pela empresa nas áreas alagadas do Rio Grande do Sul representa entre 0,5% e 1% do total do grupo. Ele destacou que embora ainda não haja uma estimativa numérica precisa sobre o impacto das chuvas, a empresa projeta que as perdas estejam dentro dos modelos esperados para a estação chuvosa. Kakinoff ressaltou que o foco atual está no socorro e na assistência às vítimas, priorizando salvar vidas.

Apesar da magnitude do evento climático, Kakinoff comparou a situação com desastres anteriores, como o furacão Katrina em Nova Orleans, em 2005, sugerindo que o impacto social atual pode ser incomparável historicamente no Brasil. Celso Damadi, vice-presidente financeiro da Porto Seguro, explicou que a faixa de 0,5% a 1% mencionada pelo CEO refere-se à frota exposta nas regiões alagadas, não à frota total no Rio Grande do Sul ou aos veículos danificados.

Damadi afirmou que a Porto não faz resseguro para a carteira de automóveis devido à dispersão da frota, destacando que nunca acionaram o resseguro dessa carteira nos últimos 10 anos. No entanto, ele indicou que a empresa possui resseguro para a carteira empresarial, que provavelmente será acionado. Em relação à vertical de serviços bancários, Damadi afirmou que cerca de 2% da carteira de exposição está nas áreas afetadas, mas até o momento não houve problemas de inadimplência.

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Murilo Melo

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