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Investir no agronegócio: especialistas explicam por que o futuro é (cada vez mais) vantajoso para o setor

Agronegócio

Agronegócio. Foto Unsplash

O agronegócio ainda tem espaço para aumentar sua produtividade, principalmente avançando com irrigação e armazenagem, segundo Vitor Duarte, CIO da Suno Asset. 

“Existem duas formas principais hoje de aumentar a produtividade no setor agrícola: através da irrigação e da armazenagem. Porém, por que ainda não implementamos amplamente a irrigação e a armazenagem? A resposta está na falta de capital de longo prazo disponível para o setor agrícola até agora”, afirma Duarte em entrevista ao canal do Tiago Reis, fundador da Suno, no Youtube.  

Para Duarte, os Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) surgem exatamente para resolver essa questão, fornecendo os recursos necessários para esses investimentos.

No entanto, mesmo com ganho de produtividade a longo prazo, o agronegócio brasileiro já tem inúmeras vantagens competitivas contra outros países, o que deixa o Brasil na segunda colocação de maior exportador mundial de alimentos. 

“Somos um dos maiores exportadores de soja, milho, açúcar e café, o que demonstra a capacidade do Brasil de produzir esses produtos com mais eficiência do que outros países. Se a Arábia Saudita ou a Austrália, por exemplo, decidirem produzir soja, é provável que não consigam fazê-lo em condições tão favoráveis quanto às do Brasil”, pontua Duarte. 

Uma das explicações para esse cenário estão nos avanços tecnológicos, como mecanização, melhorias no solo, principalmente do Centro-Oeste,  e genética, como nas sementes. “No nosso Fiagro [SNAG11], a gente participa fortemente dessa cadeia, de um segmento que permite a produtividade maior, com a mesma quantidade de terras, sementes melhores, produção ainda maior.”

Agronegócio: avanço da urbanização na África e Ásia trarão ganhos a longo prazo

Segundo Tiago Reis, a urbanização na Ásia aumentou a demanda por alimentos em países como China, Índia, Tailândia, entre outros. Essa tendência deve continuar nos próximos anos, e a demanda por alimentos de outras regiões, incluindo a África, deve crescer significativamente nas próximas décadas.

“Há uma questão adicional: o setor agrícola está cada vez mais se conectando com a questão energética. O Brasil é uma potência em biocombustíveis, sendo o país com o maior percentual de biocombustíveis na sua matriz energética. Essa tendência está crescendo não apenas no Brasil, mas também no resto do mundo”, acrescenta Reis. 

Atualmente, o Brasil já é o segundo maior produtor e está a caminho de ultrapassar o líder, os Estados Unidos. A produção do agronegócio no Brasil tem crescido de 5% a 6% ao ano, independentemente do período analisado, seja de 5, 10, 15 ou 20 anos. As agências norte-americanas já reconhecem que essa tendência deve continuar nos próximos anos.

SNAG11 tem melhor risco/retorno entre Fiagros

Os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) estão atraindo mais investidores devido ao histórico de dividendos consistentes. Neste cenário, Gustavo Branco, da Suno Asset, afirma que o SNAG11 tem a estratégia de proporcionar um rendimento superior ao CDI, com um bom equilíbrio entre risco e retorno.

De olho na queda da Selic, Branco cita que o fundo tem uma parcela de ativos indexados ao IPCA e papéis com CDI +3,5%, o que colabora para ter resultados melhores: “Além disso, a gestão está sempre atenta a oportunidades de mercados e revisando a carteira do fundo para surfar os melhores momentos macroeconômicos”. 

“Em dezembro, o SNAG11 rendeu 122% do CDI. Se você considerar o investimento em renda fixa não isenta de IR, e fazendo um ajuste, o fundo rendeu 144% do CDI, adotando a alíquota mínima de imposto de renda”, acrescenta Branco, que projeta uma melhora na proporcionalidade quanto ao CDI.

Atualmente, o desempenho do SNAG11 continua superando tanto o índice IPCA + 7% (com uma margem de 3,97%) quanto o IPCA + IMA-B (com uma margem de 5,23%), mantendo-se 2,66% acima do IFIX. 

Agronegócio em março

Nos três primeiros meses do ano, a receita da balança do agronegócio foi sustentada principalmente pelo aumento das vendas externas de açúcar (+US$ 2,52 bilhões), algodão (+US$ 997,41 milhões) e café verde (+US$ 563,64 milhões).

O bom resultado nas vendas desses produtos compensou a queda nas exportações de milho (-US$ 1,2 bilhão); soja em grãos (-US$ 901,30 milhões) e óleo de soja (-US$ 543,45 milhões). No primeiro trimestre deste ano, as importações de produtos agropecuários cresceram 3,7% em relação a igual mês do ano anterior, para US$ 4,635 bilhões, equivalente a 7,8% do total internalizado pelo País no período.

Com isso, o saldo da balança comercial do setor ficou positivo em US$ 32,806 bilhões frente aos US$ 31,376 bilhões de igual período de 2023.

Em março, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,21 bilhões, queda de 10,8% ante igual mês do ano passado. O ministério atribui o desempenho negativo à redução nos preços internacionais dos alimentos.

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