A Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (23), realiza buscas na sede do banco BTG Pactual na 64ª Operação Lava Jato.
Com cerca de 80 agentes, serão 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro, segundo a Polícia Federal. As medidas cautelares foram autorizadas pela juíza Gabriela Hardt na 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná, em primeira instância.
De acordo com a PF, a operação apura crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro que estão relacionados a recursos contabilizados na planilha da Odebrecht.
Polícia Federal investiga “Programa Especial Italiano”
A investigação apura fatos de diferentes inquéritos e foi estimulada pelo acordo de colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci, segundo a PF.
O intuito desta fase é identificar os que obtiveram benefícios da planilha “Programa Especial Italiano”, administrada pelo setor de propinas da Odebrecht, como eram feitas as entregas de valores ilícitos a autoridades.
Esta etapa também busca elucidar a existência de corrupção envolvendo o BTG Pactual em um projeto da Petrobras na exploração do pré-sal na África que pode ter causado prejuízo aos cofres públicos de US$ 1,5 bilhões, aproximadamente R$ 6 bilhões em valores atualizados.
A fase foi nomeada de “Pentiti”, que significa “arrependidos”. O termo é utilizado na Itália para fazer referência a integrantes do crime organizado que, após serem presos, se arrependeram e decidiram contribuir com as autoridades nas investigações.
Os agentes da PF também estão cumprindo mandados de busca e apreensão de documentos na casa do banqueiro André Esteves, sócio do banco, no Rio de Janeiro. A ex-presidente da Petrobras Graça Foster também é alvo na operação.
Segundo o comunicado da Polícia Federal, “a investigação é complexa e trata de fatos abordados em diferentes inquéritos policiais, tendo sido impulsionada por acordo de colaboração premiada celebrado entre a Polícia Federal e o ex-ministro de Estado investigado”.
Palavra com o BTG Pactual
Em resposta ao questionamento da SUNO Notícias, a assessoria de imprensa do banco BTG Pactual comunica:
“Com relação à operação da Polícia Federal realizada nesta data, o BTG Pactual esclarece que está à disposição das autoridades para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível, como sempre.
O Banco esclarece ainda, que o objeto da referida busca e apreensão foi alvo de uma investigação independente conduzida pelo escritório de advocacia internacional Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan, LLP, especializado em investigações e auditorias, contratado em 2015 por um comitê independente formado justamente para fazer uma auditoria externa e imparcial sobre as alegações na época relacionadas a atos ilícitos.
A referida auditoria concluiu não existir qualquer indício de irregularidade. O relatório é público e pode, inclusive, ser acessado no site do banco.