O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Brasil, que engloba os setores industrial e de serviços, recuou para 58,0 pontos em maio, de 58,5 pontos em abril, divulgou nesta sexta-feira, 3, a S&P Global.
Apesar do recuo, o patamar do índice de produção do setor privado brasileiro é o segundo mais elevado desde outubro de 2007 – atrás de abril. O PMI de serviços caiu de 60,6 pontos em abril para 58,6 em maio, mas ficou no segundo nível mais elevado desde maio de 2007.
De acordo com a S&P Global, a taxa se deve à recuperação da demanda após o pico da pandemia, à retomada de eventos, às políticas de estímulo e ao aumento das contratações do setor.
“As pressões sobre os custos não só permaneceram historicamente elevadas em todo o setor de serviços em maio, como também atingiram o nível mais alto na série histórica. Como resultado, uma proporção recorde de empresas de serviços aumentou seus preços, respaldada por uma forte demanda subjacente e pelo índice crescente de pedidos em atraso”, diz em nota a diretora associada de Economia da S&P Global, Pollyanna de Lima.
PMI mostra aumento desenfreado nos insumos
Diante do patamar ainda expressivo dos negócios, o índice de emprego agregado cresceu em nível sem precedentes em maio, sustentado por serviços. Na indústria, a expansão de postos de trabalho foi a mais acelerada em sete meses.
“Com os índices de preços também subindo no setor industrial, os resultados do PMI mostraram aumentos sem precedentes nos preços de insumos e nos custos de produção em todo o setor privado”, acrescenta Lima.
“Isso será preocupante para os elaboradores de políticas, uma vez que, até agora, uma política monetária agressiva mais rígida não conseguiu conter as pressões sobre os preços causadas por restrições na cadeia de suprimentos, pela volatilidade dos preços de energia e pela guerra na Ucrânia”, conclui, sobre os dados do PMI.
Com Estadão Conteúdo