Plano Haddad mira estabilização da dívida pública e alta das receitas

As primeiras simulações do impacto dos planos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a economia brasileira apontam que a dívida bruta pode ficar abaixo de 80% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2030. Segundo informações divulgadas nesta segunda (9), o projeto mira a estabilização desses débitos e a alta das receitas.

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De acordo com a apuração do jornal O Estado de São Paulo, a dívida bruta pode se estabilizar por volta dos 76% do PIB em três a quatro anos e, depois, voltar a cair.

Os planos de Haddad foram levados para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada e focam no aumento de receitas, que somam R$ 160 bilhões, mais o resgate dos fundos do PIS/Pasep que não foram sacados, o que adiciona R$ 23 bilhões nessa conta.

A equipe econômica conta no radar com a reversão de desonerações, como a dos combustíveis, e ações extraordinárias — um exemplo dessas iniciativas é o fomento ao fim do estoque de ações do Carf, última instância para recorrer de autuações da Receita, o que pode proporcionar um impacto positivo no caixa.

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Já nos gastos, o projeto trabalha com uma redução de despesas na casa dos R$ 40 bilhões. Segundo a publicação, Haddad e equipe querem reduzir o rombo previsto para este ano e alcançar um cenário no qual o endividamento não seja considerado explosivo.

Em novembro de 2022, a dívida bruta fechou em 74,5%. Assessores de Haddad ouvidos pelo Estadão dizem que o plano é crível, sem “bala de prata”, e representa um primeiro passo para o reequilíbrio das contas públicas.

Porém, após as invasões em Brasília, Haddad discute com a Casa Civil o cronograma de divulgação dessas primeiras medidas. De acordo com fontes da Reuters, existe o risco de que os anúncios sejam adiados.

Antes dos atos antidemocráticos na capital federal realizados no domingo (8), o ministro da Fazenda previa começar a detalhar o seu plano ao mercado nesta semana.

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Haddad estuda ajuste fiscal de R$ 233 bilhões

Na última terça (3), integrantes do Ministério da Fazenda se reuniram e debateram um plano de ajuste fiscal nas contas públicas.

O material vazou para a imprensa e, após a repercussão do caso, integrantes da pasta disseram que essa não é uma ideia definitiva, mas que ela foi debatida junto a outras possibilidades. O estudo desenhado pela equipe econômica foi o seguinte:

  • Receitas extraordinárias: R$ 87,5 bilhões;
  • Reversão de desonerações e compensações: R$ 72,5 bilhões;
  • Redução de despesas: R$ 40 bilhões;
  • Ativos abandonados do PIS/Pasep: R$ 23 bilhões;
  • Total em 2023: R$ 223,08 bilhões (2,08% do PIB).

Antes do vazamento do plano, Haddad reforçou que acredita em uma retomada econômica durante a gestão Lula e afirmou que parte dos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estavam “iludidos” com o cenário da economia nacional.

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Erick Matheus Nery

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