Pix pode tirar até 8% da receitas de bancos, estima Moody’s
A agência de classificação de riscos Moody’s informou nesta quarta-feira (7) a previsão de que os bancos podem perder até 8% das receitas com tarifas por conta da chegada do novo sistema de pagamento instantâneos do Banco Central (BC), o Pix.
De acordo com a Moody’s, os bancos faturam com uma taxa fixa pelo serviço de transferências de dinheiro entre contas bancárias individuais. No entanto, com o Pix, previsto para entrar em operação no dia 16 de novembro, essas empresas não poderão cobrar taxas de pessoas físicas ou de microempreendedores individuais (MEIs).
A agência ressaltou que as transações feitas por TED registraram um crescimento de 31%, em média, desde 2017 no Brasil. Dessa forma, com base “nos dados de 12 meses até junho de 2020, estimamos que os bancos podem perder até 8% de sua receita de taxas devido à isenção da taxa de transferência do TED”, avaliou a Moody’s.
A receita com tarifas dos quatro maiores bancos do Brasil com ações listadas em bolsa fica em torno de R$ 35 bilhões no ano passado.
Taxas do Pix não devem compensar perdas
A agência de rating norte-americana ainda ponderou que diversos bancos já desenvolveram tecnologias de pagamento instantâneo, contudo essas instituições financeiras contam com participantes como seus clientes e cobram taxas de cerca de 1% sobre essas transferências. “O sistema Pix permitirá a liquidação de banco a banco, que tem um potencial de uso mais amplo do que o existente em aplicativos de pagamento instantâneo”, destacou.
“As instituições financeiras que oferecem o produto Pix continuarão a poder cobrar taxas de empresas que receberem ou fizerem pagamentos via Pix, mas não esperamos que isso compense taxas perdidas de transações individuais”, informou a Moody’s.
Na última terça-feira (6), o Banco Central informou que foram registradas mais 10 milhões de chaves para a utilização do Pix.