Pix internacional está em fase de testes e sistema pode reunir mais de 60 países, diz jornal
O Pix internacional pode em breve se tornar realidade. O sistema está em fase de testes e deve reunir 60 países em transações que envolveriam desde pagamentos de hotéis e restaurantes até custos que hoje só são permitidos com cartões de crédito internacional. Terá transferências instantâneas com países e moedas diferentes. Segundo reportagem do jornal O Globo, Nexus será o nome do Pix internacional.
O Nexus, diz o Globo, está sendo desenvolvido pelo hub de inovação do Bank Of International Settlements (BIS), conhecido como “o banco central dos bancos centrais”, em Basiléia, na Suíça. O sistema pretende integrar os países que já utilizam formas de pagamento e transferência imediata;
Estão sendo feitos testes entre sistemas de pagamento da Malásia, de Cingapura e da Zona do Euro, pelo Banco da Itália. O Banco Central brasileiro está entre os que participam do projeto, como “observador”.
O método facilitaria transferências internacionais, abrindo mais alternativas de negócio e comércio. Ao Globo, Edlayne Burr, diretora executiva e líder de Estratégia para Pagamentos da Accenture na América Latina, lembra que turistas veriam custos menores de conversão de moeda.
Um brasileiro no exterior poderia efetivar uma compra, de refeições a passeios marcados em hotéis ou mesmo refeições, do mesmo jeito como utiliza o Pix no Brasil.
“A demanda pelo PIX tende a se tornar cada vez mais internacional. Consumidores querem produtos fora de seus países. O setor varejista veria a competição estimulada e ampliaria a oferta aos consumidores”, disse Edlayne ao Globo.
Pix deverá ser ampliado para operações internacionais e sem internet
Para os próximos anos, o Pix, ferramenta de transferência instantânea de recursos, poderá ser usado em operações sem acesso à internet e em transações internacionais.
O presidente do BC Roberto Campos Neto já havia falado dessa possibilidade. “O uso do QR Code [Código QR, versão avançada do código de barras fotografada pelo celular] ainda depende de melhor assimilação da tecnologia pelos usuários”, explicou.
Apesar de algumas novidades do Pix dependerem de desenvolvimentos tecnológicos, o presidente do BC considerou revolucionária a evolução do sistema instantâneo de pagamentos, que funciona 24 horas por dia e permite a transferência de recursos entre contas de instituições financeiras diferentes. “A realidade superou as expectativas. O uso do Pix aumenta mês após mês. A velocidade de adoção é a mais rápida do mundo”, destacou Campos Neto.
Em funcionamento desde novembro de 2020, o Pix (sistema de transferências instantâneas do Banco Central) continua a atrair cada vez mais correntistas. Em março deste ano, o número de usuários com chaves Pix cadastradas somou 51 milhões, com alta de 72% em relação ao mesmo mês de 2021.
Os dados foram divulgados no terceiro volume da Pesquisa de Tecnologia Bancária, realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pela empresa de consultoria e auditoria Deloitte. A pesquisa difere das estatísticas oficiais porque o Banco Central divulga apenas o número total de chaves Pix e de usuários cadastrados no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT).
Como cada pessoa física pode ter até cinco chaves para cada conta e cada pessoa jurídica pode ter até 20, a contagem do Banco Central vem com duplicidade de informações. O DICT também não fornece o número de usuários efetivos do Pix, mas os correntistas aptos a cadastrarem as chaves.
Segundo a pesquisa, não apenas o número de usuários está crescendo, mas também a utilização individual do Pix. Em março de 2021, apenas 2% dos correntistas tinham recebido mais de 30 Pix. No mesmo mês deste ano, a proporção subiu para 6%.
De acordo com o levantamento, o crescimento do Pix concentrou-se nas pessoas físicas, cujo número de usuários subiu mais que o das pessoas jurídicas. No entanto, o número de empresas que vão aderir ao serviço de transferência instantânea deverá subir mais a partir de 2023, porque as companhias terão terminado de adaptar os sistemas financeiros ao Pix.