O Federal Reserve (Fed) estuda a implementação do FedNow, que funcionará de maneira semelhante ao Pix, até o ano que vem.
O FedNow deve chegar em meio a onda de adesão aos sistemas de pagamentos instantâneos, que dominaram rapidamente o volume de transações, como é o caso do Pix no Brasil – que ultrapassou 700 milhões de transações em dezembro de 2021.
Apesar das semelhanças com a ferramenta brasileira, o contexto será diferente.
O pagamento pelo sistema do Fed será, assim como o Pix, possível de ser feito 24h e com liquidação instantânea. Contudo, o título de Pix dos EUA pode ser utilizado também para o Zelle, que existe desde meados de 2017.
O sistema de pagamento é controlado por grandes bancos americanos e lidera o mercado privado de transações instantâneas.
A diferença é que o FedNow deve incluir bancos menores e digitais, demanda que já é visada há vários anos por concorrentes – especialmente pelo volume alto de instituições financeiras nos EUA, que são mais de 10 mil.
“Para muitos americanos, a maioria das transações ainda demora muito para ser liquidada”, disse recentemente a secretária do Tesouro, Janet Yellen.
Em suma, mesmo com players privados, a proporção de transações ainda é expressivamente menor do que no Brasil.
Nos EUA somente 1% das operações realizadas em 2021 foram transações instantâneas, segundo dados da ACI Worldwide, em parceria com a GlobalData e o Centro de Pesquisa Econômica e Empresarial (Cebr). Até 2026, as projeções apontam que o volume deve representar 4%.
Atualmente o Brasil tem uma proporção de 5% das operações sendo transações instantâneas, e as estimativas são de que esse número salte para 34% nos próximos cinco anos.
Além disso, outra diferença é que o Federal Reserve deve atuar mais como um supervisor da ferramenta, diferente do Banco Central (BC), que é ‘ativo’ nas políticas acerca do Pix por ter sido seu criador.
Pix já é mais utilizado que cartão de crédito
Após serem divulgados os dados do quarto trimestre de 2021, no fim de março, foi visto que o número de movimentações por meio de cartões de crédito ou de débito no país ficou abaixo dos pagamentos via Pix.
A maior parte das transações ainda é formada por transferências entre pessoas físicas, mas os números indicam uma grande adesão.
Segundo os dados mais recentes do BC, as transações por meio de pagamento instantâneo via Pix somaram 3,89 bilhões nos últimos três meses do ano passado, uma alta de 34% sobre o trimestre anterior.
Já nos pagamentos com, as movimentações também cresceram, porém em ritmo. Foram 3,85 bilhões no débito (alta de 9%) e 3,73 bilhões no crédito (alta de 12%).
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), foram R$ 2,65 trilhões em cartões de crédito e débito em 2021, alta de 33% ante 2020.
Para este ano, a associação estima um volume de R$ 3,2 trilhões, cifra que representa alta de 21% ante o ano anterior.
Além disso, o Pix também é o principal ‘vilão’ das TEDs e DOCs, que caíram 50% nos últimos 12 meses, com 294 milhões de transações.
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