‘Pix dos EUA’ chegará em 2023, mas já tem concorrentes privados

O Federal Reserve (Fed) estuda a implementação do FedNow, que funcionará de maneira semelhante ao Pix, até o ano que vem.

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O FedNow deve chegar em meio a onda de adesão aos sistemas de pagamentos instantâneos, que dominaram rapidamente o volume de transações, como é o caso do Pix no Brasil – que ultrapassou 700 milhões de transações em dezembro de 2021.

Apesar das semelhanças com a ferramenta brasileira, o contexto será diferente.

O pagamento pelo sistema do Fed será, assim como o Pix, possível de ser feito 24h e com liquidação instantânea. Contudo, o título de Pix dos EUA pode ser utilizado também para o Zelle, que existe desde meados de 2017.

O sistema de pagamento é controlado por grandes bancos americanos e lidera o mercado privado de transações instantâneas.

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A diferença é que o FedNow deve incluir bancos menores e digitais, demanda que já é visada há vários anos por concorrentes – especialmente pelo volume alto de instituições financeiras nos EUA, que são mais de 10 mil.

“Para muitos americanos, a maioria das transações ainda demora muito para ser liquidada”, disse recentemente a secretária do Tesouro, Janet Yellen.

Em suma, mesmo com players privados, a proporção de transações ainda é expressivamente menor do que no Brasil.

Nos EUA somente 1% das operações realizadas em 2021 foram transações instantâneas, segundo dados da ACI Worldwide, em parceria com a GlobalData e o Centro de Pesquisa Econômica e Empresarial (Cebr). Até 2026, as projeções apontam que o volume deve representar 4%.

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Atualmente o Brasil tem uma proporção de 5% das operações sendo transações instantâneas, e as estimativas são de que esse número salte para 34% nos próximos cinco anos.

Além disso, outra diferença é que o Federal Reserve deve atuar mais como um supervisor da ferramenta, diferente do Banco Central (BC), que é ‘ativo’ nas políticas acerca do Pix por ter sido seu criador.

Pix já é mais utilizado que cartão de crédito

Após serem divulgados os dados do quarto trimestre de 2021, no fim de março, foi visto que o número de movimentações por meio de cartões de crédito ou de débito no país ficou abaixo dos pagamentos via Pix.

A maior parte das transações ainda é formada por transferências entre pessoas físicas, mas os números indicam uma grande adesão.

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Segundo os dados mais recentes do BC, as transações por meio de pagamento instantâneo via Pix somaram 3,89 bilhões nos últimos três meses do ano passado, uma alta de 34% sobre o trimestre anterior.

Já nos pagamentos com, as movimentações também cresceram, porém em ritmo. Foram 3,85 bilhões no débito (alta de 9%) e 3,73 bilhões no crédito (alta de 12%).

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), foram R$ 2,65 trilhões em cartões de crédito e débito em 2021, alta de 33% ante 2020.

Para este ano, a associação estima um volume de R$ 3,2 trilhões, cifra que representa alta de 21% ante o ano anterior.

Além disso, o Pix também é o principal ‘vilão’ das TEDs e DOCs, que caíram 50% nos últimos 12 meses, com 294 milhões de transações.

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Eduardo Vargas

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