‘Pix é cavalo de troia para atrair confiança do brasileiro’, diz fundador da 88i

Com avanço do Pix, utilizado por um a cada dois brasileiros em menos de um ano de implementação, a ideia do Banco Central é conquistar a confiança do brasileiro para uma agenda maior de digitalização das finanças. A tese é de Rodrigo Ventura, Fundador e Presidente do Conselho da 88i – uma seguradora digital – durante o AWS Insurtech Day, da Amazon.

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“Falando dessa agenda maior, se você entender o que ocorre no Banco Central, temos o Pix agendad, que substitui o boleto. Você terá o Pix Saque e Pix Troco. Isso está em plena execução. Vejo como um URV, uma Unidade Real de Valor. O Pix é um cavalo de troia para ganhar a confiança de todo mundo ainda em um formato para que as pessoas entendam sobre a implementação de novas funcionalidades — para que isso, posteriormente, venha a se transformar em um CBDC [Central Bank Digital Coin], o Real Digital“, afirma.

As duas novas funcionalidades devem estar disponíveis ainda em novembro, segundo o Banco Central. Estabelecimentos comerciais, diz o BC, e redes de ATMs compartilhados poderão oferecer o Pix Saque por meio de seus ATMs próprios.

Segundo Ventura, a inovação deve ocorrer com uma integração dessas funcionalidades ao sistema financeiro, que atualmente já foi radicalmente mudado pela inserção do Pix como uma forma de pagamento.

“Somos o segundo país do mundo em moedas digitais, depois da China, que impõe isso à população. TED, DOC, boleto: tudo está na rotina do brasileiro, enquanto o Pix cresce de modo exponencial. Por causa das vantagens, quem trabalha com varejo pede ao cliente ‘maquininha não, faz um Pix’”, frisa.

A moeda digital, que ainda está nos planos dos órgãos do governo, já foi confirmada em ocasiões anteriores por ministros e outros membros de pastas e órgãos.

Desde agosto de 2020 a moeda está nos estudos do BC. Durante evento da Caixa Econômica Federal, em cerimônia que marcava as 100 milhões de Poupanças Digitais do banco estatal, Paulo Guedes disse que, “com o Banco Central autônomo novamente, isso é algo extraordinário, também na dimensão digital. O Pix, o open banking, as fintechs: o Brasil terá a moeda digital”, referindo-se ao real digital.

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A autoridade monetária central do País informou que já havia levantado um grupo de estudo para uma possível emissão de uma moeda digital equivalente ao real. O presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, chegou a dizer que o Brasil precisa de um “aperfeiçoamento na moeda e que isso se dará no âmbito do Pix.

Em outro parecer, o BC afirmou que o Real Digital poderá ser usado em transações no varejo e em pagamentos que estão ligados a outros países.
Segundo o BC, a moeda prevê “ênfase na possibilidade de desenvolvimento de modelos inovadores a partir de evoluções tecnológicas, como contratos inteligentes (smart contracts), internet das coisas (IoT) e dinheiro programável; capacidade para realizar operações online e eventualmente operações offline; ausência de remuneração; garantia da segurança jurídica em suas operações; e a adoção de padrões de resiliência e segurança cibernética equivalentes aos aplicáveis a infraestruturas críticas do mercado financeiro”.

Além do Pix, Open Banking e Open Insurance ficam no radar

Outro marco de modernização na agenda do BC é o Open Banking, atualmente em vigor e com fases de implementação em curso.

Em suma, o Open Banking permite que bancos e instituições financeiras compartilhem os dados dos clientes entre si, desde que deem seu aval.

Quando essa regra passar a valer, as fintechs, players que jogam em um mercado mais nichado e direcionado (com público-alvo mais restrito), devem ter acesso imediato a um volume alto de informações, antes restrito aos bancos tradicionais.

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Isso deve dar maior fôlego para os bancos digitais, como o Nubank, que já tem crescido muito nos últimos anos. Um relatório divulgado no primeiro semestre pela XP, por exemplo, estimou que o banco digital poderá superar o Banco do Brasil (BBAS3) em número de clientes em 2023, quando completará o seu 10º ano de vida.

Dentro do panorama de seguradoras, com o Open Insurance, a competitividade também deve ser acirrada e, segundo Ventura, em fala durante o evento da Amazon Web Services (AWS), o principal objetivo é a acessibilidade.

“O objetivo é promover inovação, e trazer inclusão social. As fintechs permitiram acesso aos recursos financeiros, a crédito. Já estamos com 700 instituição financeiras, 129 seguradoras via Susep [Superintendência de Seguros Privados]”, analisa.

O que é o Insurtech Day?

O AWS Insurtech Day reuniu especialistas da AWS e de startups convidadas para apresentar as últimas tendências de inovação dentro do segmento de seguros e as estratégias que as insurtechs podem seguir em sua jornada de crescimento.

No evento, foram abordados os aspectos de investimento e regulatório, como o Open Insurance e o Pix, além de formas como as startups podem criar cargas seguras e compatíveis de trabalho na AWS.

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Eduardo Vargas

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