Pirâmides financeiras: principais vítimas são homens, pós-graduados, de 30 anos, indica CVM

As fraudes de pirâmides financeiras aumentaram muito no último ano e têm sido motivo de preocupação para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em 2020, a CVM enviou 325 notificações de indícios de crimes financeiros aos Ministérios Públicos (Federal e estaduais), 75% a mais em relação ao ano anterior.

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Dos 325 casos encaminhados à Justiça, 175 deles tinham indícios de ser pirâmides financeiras. Foge do escopo de atuação da CVM investigar esses casos, motivo pelo qual a autarquia comunica às Promotorias os indícios de “ilícito penal de ação pública”.

Mas, para ter mais informações sobre as fraudes e as vítimas, a CVM realizou uma pesquisa com pessoas que já participaram de pirâmides financeiras, esquemas Ponzi e outros golpes financeiros. Os dados mostraram que as vítimas mais comuns são:

  • homens (91%)
  • de 30 a 39 anos (36,5%)
  • com renda familiar de dois a cinco salários mínimos (23%), e
  • ensino superior completo ou pós-graduado (71%).

O levantamento também indicou que investimento em criptomoedas é a promessa mais comum dos golpes, com destaque para o bitcoin (BTC), ativo usado em 43% dos casos.

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A divulgação e contato para angariar novos investidores costuma ser feita por WhatsApp (27,5%) ou boca a boca (19,7%), mostra a CVM.

Pirâmides financeiras, esquemas Ponzi e outros golpes

O “esquema Ponzi” é a forma mais sofisticada de pirâmide financeira. Foi criada há um século pelo italiano Carlo Ponzi e sua principal característica é a promessa de ganhos elevados, muito acima dos valores do mercado financeiro.

Acontece que os rendimentos prometidos não vêm de negócios concretos, mas do dinheiro investido por quem entra. Nesse sentido, os novos investidores pagam pelos ganhos elevados dos mais antigos e assim sucessivamente, formando a pirâmide financeira.

Até que o negócio “estoura”, quando o novo dinheiro que entra é insuficiente para sustentar os lucros de todas as camadas anteriores. A forma mais fácil de identificar o golpe é pela promessa de dinheiro fácil.

Os únicos investimentos que têm possibilidade de garantir um rendimento seguro e mensal são os de renda fixa, atrelados à taxa Selic, hoje em 5,25% ao ano. Ou seja, se alguém promete uma rentabilidade mensal como essa ou, na maior parte das vezes, muito maior, provavelmente se trata de um golpe, como é o caso das pirâmides financeiras.

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Com informações de O Estado de S.Paulo. 

Monique Lima

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