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Relembre as empresas acusadas de pirâmide financeira em 2019

Pirâmides financeiras crescem com mais estímulos econômicos

Pirâmides financeiras crescem com mais estímulos econômicos

Em 2019, diversas empresas com operações financeiras suspeitas foram desmascaradas pela Justiça. As famosas “pirâmides financeiras” se destacaram entre essas companhias e foram derrubadas com ações fundamentais da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Ministério Público Federal e da Polícia. Além disso, influenciadores digitais como o CEO da Suno Research, Tiago Reis, também foram essenciais, já que alertaram bastante em suas redes sobre cada empresa suspeita de operar sob esquema de “pirâmide”.

Algumas pirâmides financeiras chamaram mais a atenção pela quantidade de clientes captados. Foram elas:

De acordo com Tiago Reis, é sempre muito importante ficar de olho em três fatores quando há uma proposta de investimento ao seu alcance:

A) rentabilidade muito acima da normalidade

B) premiação para quem traz mais membros

C) utilização de imagens de ostentação para apelar ao sentimento de ganância

Reis também faz um alerta afirmando que “é muito importante o investidor ficar atento as manifestações da CVM sobre o suposto investimento oferecido”.

Unick Forex

A Unick Forex começou a ter reclamações em números expressivos em meados de fevereiro e março deste ano, quando começou a ter instabilidades em seu site e os clientes passaram a não conseguir acessar suas contas. Na época, o então diretor de tecnologia da Unick Forex, Israel Nogueira, informou que a empresa estava sofrendo ataques hackers.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), então, determinou que a Unick Forex estava proibida de captar novos clientes. Entretanto, a empresa continuou operando alegando que “não realizava captação de investimentos e que estava legalizada em Londres e Belize”.

A Unick oferecia retornos de até 30% ao mês, com base em supostos investimentos em bitcoin e outras criptomoedas. A empresa nunca possuiu autorização de órgão governamental para fazer operações financeiras com dinheiro captado de terceiros.

Em maio, a Justiça do Rio Grande do Sul rejeitou o pedido da Unick Forex para voltar a operar. Os advogados da empresa tinham apresentado uma petição para obter a devolução de bens apreendidos e autorização para a empresa voltar a divulgar seus serviços.

A Unick Forex foi acusada de operar em um esquema de pirâmide financeira. A Justiça do município de Crissiumal, no Rio Grande do Sul, decretou, em março, medidas cautelares contra a empresa.

No início de março foi cumprido um mandado de busca e apreensão no escritório da Unick em Crissiumal (RS). O escritório foi em seguida fechado por determinação judicial. A empresa tem sede em Novo Hamburgo (RS).

Mais atrasos de pagamentos e reclamações sobre a Unick

Entre os dias 29 e 30 de agosto, a Unick Forex registrou mais de 150 reclamações no site ‘Reclame Aqui’. Os clientes criticavam os atrasos nos pagamentos.

Mesmo com as respostas da empresa aos usuários, as pessoas permaneciam manifestando insatisfação com o serviço de saques da Unick Forex.

Segundo o Reclame Aqui, a empresa de serviços financeiros detinha, na época, mais de 3.500 reclamações na plataforma.

O fundador do Suno Research, Tiago Reis, exprimiu sua opinião sobre o caso por meio de uma rede social na época. “Ao longo dos últimos meses eu alertei. Unick é pirâmide”, afirmou Reis.

Objetivo da Unick

De acordo com a Unick, o objetivo da empresa é “analisar de forma minuciosa seus produtos, tomando decisões ao que se refere às aplicações sob responsabilidade da empresa onde assume os riscos de manter o rendimento a cada novo participante que se cadastra”.

Anúncio de mudança em suas diretrizes

A Unick Forex, que diz em seu site que atua em “arbitragem de criptomoedas e Forex, entregando excelência a seus participantes”, assegurou, em agosto, que nunca foi uma companhia de investimentos. “Somos uma e-commerce, uma estrutura empresarial cuja atuação é feita no mercado digital”, disse a empresa, em resposta a um cliente no site “ReclameAQUI”.

A empresa ainda reforçou a ideia no mesmo comentário. “A Unick Forex nunca foi empresa de investimento, ela não paga rendimentos, e sim bonificações”.

Com a tentativa de se enquadrar no “e-commerce”, a empresa buscava fugir das acusações de crime financeiro. Entretanto, há alguns vídeos da empresa em que executivos aparecem assegurando que trabalham com investimentos.

Em meados de outubro, a Polícia Federal (PF) iniciou uma ação denominada “Operação Lamanai” contra a empresa Unick Forex, sediada em São Leopoldo, no Vale dos Sinos. A investigação contou com o apoio da Receita Federal do Brasil. Líderes da empresa foram presos, mas ainda há foragidos.

A2 Trader

A A2 Trader prometia retorno diário de 4% em investimentos para seus clientes. Ao final de novembro, a empresa divulgou um vídeo no Youtube informando que encerrou suas atividades.

A empresa disse, entretanto, que foi vítima de hackeamento no sistema, que dificultou os pagamentos. Além disso, a companhia alega que uma investigação da CVM e o mal momento do mercado de atuação foram algumas das razões para o seu fim.

As investigações da CVM sobre a A2 Trader começaram em setembro deste ano. O processo foi aberto para investigar as atividades da empresa e do diretor da companhia, Kleiton Alves Pinto.

A CVM informou que tanto a empresa quanto o diretor não estavam registrados junto a autarquia. Sendo assim não poderiam “exercer as atividades ou prestar os serviços regulamentados pela Lei nº 6.385/76, tais como análise, consultoria ou distribuição de valores mobiliários”.

CVM acusa Binary Bit

A Binary Bit diz, em seu site, que é um portal de formação voltado para o segmento de ‘opções binárias’. O site diz que “é possível descobrir novas formas de garantir o seu bem-estar financeiro e realizar seus sonhos em menos tempo”.

Em meados de agosto deste ano, a empresa foi acusada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por usar indevidamente o nome do órgão regulador com o objetivo de “transmitir aparência de credibilidade para um possível esquema de fraude”.

De acordo com a CVM, a empresa divulgou dois vídeos com informações falsas no YouTube. Os vídeos, porém, foram apagados. Ainda em agosto, a autarquia informou ao Ministério Público do Estado de São Paulo que a empresa poderia estar trabalhando sob a forma de pirâmide financeira.

O presidente da Binary Bit chegou a fazer uma live a fim de diminuir as polêmicas entre os clientes de sua empresa, entretanto Ricardo Toro não permitiu comentários durante o vídeo. Dessa forma, os clientes não puderam fazer nenhuma pergunta ou protesto contra as medidas tomadas pela empresa. A empresa atrai diversas pessoas pela promessa de retornos de 30% ao mês. Procurada pela redação da Suno, a empresa não concedeu nenhuma resposta sobre o assunto.

Pirâmide financeira

A pirâmide financeira é um modelo que atrai pessoas interessadas em “dinheiro fácil”, com pouco esforço e resultados a curto prazo. Essa atividade tem uma duração limitada, já que o próprio modelo não se sustenta e apenas os primeiros investidores conseguem o retorno financeiro.

Operar no esquema de pirâmide financeira é crime contra a economia popular (Lei 1.521/51).

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