O Banco Central (BC) informou nesta quarta-feira (03) que o Brasil obteve fluxo cambial negativo de US$ 8,286 bilhões no mês de junho. Conforme o BC, o valor registrado é o pior para junho desde 1982.
Ao considerar todos os meses, o fluxo cambial registrado no último mês é o pior desde dezembro de 2018. Nesta data, o déficit registrado foi de -US$ 12,756 bilhões.
O valor registrado foi impulsionado pela última semana de junho, quando foram o envio de recursos para outros países foi de US$ 8,994 bilhões. Assim, em um único dia, como na sexta-feira (28), o saldo negativo foi de mais de US$ 3,4 bi.
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Além disso, o fluxo comercial apresentou o pior resultado para junho desde 2014 com superávit de US$ 148 milhões. Em 2014, houve déficit de US$ 1,772 bi.
Ao comparar com outros meses, é o pior fluxo desde janeiro deste ano. O primeiro mês de 2019 apresentou resultado negativo de US$ 497 milhões.
Acumulado no primeiro semestre
O primeiro semestre de 2019 apresentou déficit de US$ 5,121 bilhões. O resultado de junho foi responsável pelo fluxo cambial negativo dos seis primeiros meses do ano.
Deste modo, o déficit na conta financeira foi de US$ 15,327 no primeiro semestre. Ademais, a conta comercial registrou superávit de US$ 10,205 bilhões.
Fluxo cambial
O fluxo cambial considera as entradas e saídas efetivas de dólares do Brasil e é calculado de acordo com base nos saldos do fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos) e comercial.
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O Banco Central divulga semanalmente a quantidade de moedas estrangeiras que entram e saem do Brasil. Dessa forma, o valor é convertido em dólares.
Quando o saldo do fluxo cambial registra superávit significa que mais dólares entraram que saíram. No entanto, quando mais dólares saem do que entram, é indicado fluxo negativo.