PIB da União Europeia contrai 3,8% no primeiro trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro caiu 3,8% no primeiro trimestre deste ano, em comparação aos últimos três meses do ano passado. Essa é a maior queda trimestral desde 1995, início da série histórica. As informações revisadas foram divulgadas nesta sexta-feira (15) pela agência de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat.
O resultado oficial está alinhado com o que analistas consultados pelo jornal “The Wall Street Journal” estimavam. Em relação ao período de janeiro a março de 2019, o PIB caiu 3,2%.
Já em termos anualizados, a economia dos países que compõem a UE caiu 14,2%. A expectativa inicial, porém, era de um tombo de 14,4% na mesma base comparativa.
Ainda segundo a Eurostat, devido à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a taxa de desemprego dos países da zona do euro subiu, em média, para 7,4% em março, frente a taxa de 7,3% em fevereiro. No primeiro trimestre do ano passado, a taxa era de 6,6%.
BCE rechaça críticas e busca estimular o PIB europeu por meio do juro negativo
O Banco Central Europeu (BCE) defendeu, na última quarta-feira (13), por meio de um estudo, a implementação de taxa de juros negativas, colocadas em prática em 2014. Para a autoridade monetária europeia, a medida teve um efeito “amplamento neutro” para a lucratividade dos bancos, o contrário do que dizem os financistas das instituições financeiras.
A medida, contrária à lógica financista até então, fez com que os bancos passassem a ter que pagar para manter seus recursos no BCE, em vez de usufruir dos juros sobre o principal. O intuito é fazer com que os bancos distribuam mais crédito, além de reduzir os custos aos tomadores dos empréstimos.
Em setembro do ano passado, o BCE aprofundou sua decisão e cortou sua taxa de depósito para o menor patamar da série história, de -0,50%. Isso, no entanto, fez com que alguns bancos indicassem que repassariam esses custos às empresas e consumidores.
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Desde que essa política foi adotada na UE, Dinamarca, Japão e Suíça, que também implementaram essa medida, passaram a questionar se ela funciona ou se deve ser abandonada devido aos altos efeitos colaterais ao sistema financeiro nacional.
O banco europeu admitiu que quanto mais tempo as taxa de juros negativos permanecem, menos benéficas elas serão. “No atual cenário de política monetária da zona do euro, os efeitos de um longo período de juros negativos exige um monitoramento contínuo e cuidadoso, uma vez que adentramos mais num território desconhecido”, afirmou o BCE.
Segundo o BCE, as taxas de juros negativas elevaram os empréstimos bancários da zona do euro em aproximadamente 0,7% somente neste ano. Dessa forma, para seus economistas, a medida estimulou o crescimento do PIB e criação de inflação, indo de encontro com seu objetivo inicial.