O Banco da Inglaterra (BoE, sigla em inglês) informou nesta quinta-feira (7) que o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido deverá se contrair de 30% no primeiro semestre. Segundo a instituição monetária central britânica, essa redução será provocada pelos efeitos do novo coronavírus (covid-19).
A queda do PIB do Reino Unido é sem precedentes na história do país. Um cenário ainda mais sombrio do que o colapso esperado no resto da Europa, com a economia da zona do euro se contraindo de 7,75% em 2020, de acordo com as previsões de primavera publicadas na última quarta-feira (6) pela Comissão Europeia.
O processo de saída da União Europeia (UE), o Brexit, também pesou nas previsões econômicas, piorando um cenário já muito conturbado. O desemprego deveria dobrar, chegando a 9%.
Apesar das estimativas de choque econômico, com uma queda de 3% no PIB no primeiro trimestre seguida de uma queda de 25% no segundo trimestre, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra, liderado pelo governador Andrew Bailey, decidiu manter a principal taxa de juros inalterada em 0,1%, o nível mais baixo da história.
Além disso, o banco optou por uma maior expansão do programa de compra de títulos. Dois dos 0 membros do Comitê desejavam aumentar o programa de estímulo do banco em outras 100 bilhões de libras (cerca de R$ 600 bilhões).
“O banco agirá conforme necessário para fornecer a estabilidade monetária e financeira essencial para garantir a prosperidade a longo prazo e responder às necessidades do povo”, afirmou o governador do BoE, Bailey, “Este é o nosso compromisso total e inabalável”.
Reino Unido deve se preparar para uma grade queda
Na nota que acompanha as decisões de política monetária, o banco alertou que o Reino Unido deve se preparar para uma “grande queda” na primeira metade do ano. Além disso, segundo o BoE, haverá um “aumento substancial” do desemprego, mesmo com os trabalhadores que foram mantidos nas empresas graças ao Job Retention Scheme, o programa de manutenção de empregos do governo.
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Em geral, a economia britânica pode se contrair em 14% este ano, graças a retomada possível no segundo semestre. Uma porcentagem superior ao -9,5% previstos para países europeus considerados mais “fracos”, como a Itália. Mas isso dependerá de quanto tempo as atuais restrições à economia e à sociedade permanecerão em vigor.
As hipóteses do Banco da Inglaterra baseiam-se na eliminação gradual do esquema de demissões por parte das empresas, assim como na eliminação das regras para o distanciamento social entre junho e o final do ano. Além disso, uma segunda onda de infecções por parte do coronavírus no Reino Unido não é considerada no modelo de previsão.
Banco da Inglaterra anuncia operação de recompra reversa
A um cerca de mês, o BoE havia anunciado que iria realizar operações emergenciais de recompra reversa de ativos, para garantir a liquidez dos mercados financeiros.
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Em vista do cenário complicado para a economia do Reino Unido, o anúncio foi feito em meio a uma forte demanda dos bancos por liquidez na estrutura de operações de recompra reversa do instituição financeira central;
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