A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal diminuiu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,3% para 1,8% neste ano. Em paralelo, a instituição projeta uma taxa Selic a 6,5% ao fim de 2019.
Para 2020, a expansão do PIB é estimada em 2,36% para 2,24% e a taxa Selic deve ficar em 7,5%. O dólar é projetado em R$ 3,99 no fim de 2019, e R$ 3,87 no fim do ano que vem.
“Mantidas as atuais condições da economia, com a recuperação esperada a partir deste ano e assumindo a trajetória de fechamento do hiato do produto no fim de 2021, um novo ciclo de aperto monetário poderá ter início em 2020, quando os juros básicos [Selic] devem alcançar 7,5% ao ano”, afirmou o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) da IFI, obtido pelo “Estado de S. Paulo”
Além disso, a IFI prevê que, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, os déficits primários persistirão até 2025.
Segundo a IFI, a dívida pública pode atingir 100% do PIB já em 2016, e não mais em 2030, como previsto anteriormente.
A IFI acredita que as projeções para o PIB de 2019 podem melhorar. Mas isto dependerá do equilíbrio das contas públicas, além dos incentivos à produtividade.
Indústria e Varejo em baixa
O relatório destacou a desaceleração da indústria, que ocorreu decido às incertezas econômicas. Os segmentos destacados pela IFI foram:
- segmento de extração: foi impactado pelo rompimento da barragem da Vale (VALE3) em Brumadinho, em Minas Gerais;
- segmento da transformação: foi afetado pelo enfraquecimento da demanda da Argentina, e também da demanda interna.
O relatório também citou o menor crescimento do varejo. “As condições ainda desfavoráveis do mercado de trabalho impedem a recuperação do consumo interno de bens e serviços”, aponta o RAF.
Saiba mais – Guedes diminui previsão de crescimento do PIB de 2019 para 1,5%
Boletim Focus, Itaú Unibanco e Paulo Guedes também reduzem crescimento do PIB
Na última segunda-feira (13), o Boletim Focus, compilado pelo Banco Central (BC) semanalmente, reduziu a projeção de crescimento do PIB de 1,49% para 1,45% em 2019.
Na mesma data, o Itaú Unibanco (ITUB4) também divulgou relatório com atualização de projeção de expansão do PIB. O banco, por sua vez, diminuiu a estimativa de 1,3% para 1% no fim deste ano.
Enquanto na última terça-feira (14), o ministro da Economia, Paulo Guedes, cortou a previsão de avanço do PIB brasileiro. Contra os 2% previstos durante a gestão do ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), o crescimento foi contraído a 1,5%.