O Produto Interno Bruto (PIB) global deve cair 4,4% neste ano, de acordo com a nova previsão da agência de classificação de risco Fitch Rating. A estimativa foi levemente alterada desde a última projeção apresentada em junho, que era de uma queda de 4,6% da economia mundial.
Segundo a Fitch, o PIB global ainda deve apresentar uma forte contratação em razão das medidas de contenção frente à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Perante os choques de desemprego na Europa, as empresas estão segurando os gastos e o distanciamento social continua a limitar diretamente o consumo do setor privado”, disse Brian Coulton, economista-chefe da agência.
Embora algumas das maiores economias do planeta como China, que já alcançou o patamar do PIB pré-crise, e Estados Unidos, Reino Unido e França, que já recuperaram os níveis das vendas do varejo de fevereiro, a Fitch ainda mostra-se receosa com a recuperação em “V” esperada.
No primeiro semestre deste ano, o comércio internacional de mercadorias das maiores economias do planeta, que compõem o G20, contraíram de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,38 trilhões). As informações foram reveladas pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), comparando com o mesmo período de 2019.
A organização, porém, observou que uma recuperação já pôde ser identificada em maio e junho após o colapso de abril, mês em que a atividade praticamente ficou estagnada devido às medidas de isolamento social. Os dados parciais de julho também apontam para melhora nas negociações.
Além disso, o PIB da zona do euro também recuou menos do que o esperado no segundo trimestre, encolhendo 11,8%. Em duas pesquisas preliminares, a agência oficial de estatísticas da União Europeia (UE), a Eurostat, havia calculado uma retração de 12,1% na margem e recuo de 15% na relação anual.
PIB brasileiro recuou 9,7% no segundo trimestre
O PIB do Brasil, por sua vez, caiu 9,7% no segundo trimestre deste ano em comparação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo período do ano passado, a soma de todos os bens e serviços produzidos no País entre abril e junho recuou 11,4%. Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996.
No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho, houve queda de 2,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira (1).
Em maio deste ano, logo após a divulgação da queda de 1,5% do PIB no primeiro trimestre, especialistas ouvidos pelo SUNO Notícias afirmaram que o tombo da economia já era esperada por conta do coronavírus e alertaram que os próximos números deveriam ser bem piores.
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