A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disse, nesta quarta-feira (16), em sua nova projeção, que o Produto Interno Bruto (PIB) global cairá 4,5% neste ano. Na estimativa anterior, a organização previa um tombo de 6%.
No entanto, a OCDE alertou que a recuperação deverá desacelerar a partir deste mês e permanecerá vulnerável a novos surtos do novo coronavírus (Covid-19). Segundo a entidade, não é factível esperar que uma vacina contra a doença esteja amplamente disponível antes do fim de 2021.
Para a organização, a China e outras grandes economias sofrerão danos menores do que se projetado incialmente com a pandemia, mas a situação de emergência sanitária mundial terá um impacto maior nos países pobres. “O ímpeto parece estar atingindo o platô e a confiança permanece fraca”, afirmou Laurence Boone, economista-chefe da OCDE.
No caso dos Estados Unidos, maior potência econômica do planeta, a previsão para este ano melhorou de -7,3% em junho para -3,8% agora. Para a zona do euro, a estimativa saiu de -9,1% para -7,9%. O principal ponto da revisão foi a estimativa para a China, que passou de contração de 2,6% para um avanço de 1,8%.
A OCDE espera que os norte-americanos recuperem as perdas de 2020 no ano que vem, mas apenas se o Congresso fechar um novo acordo de estímulos fiscais com valor em torno de US$ 1,5 trilhão. Os partidos Republicano e Democrata ainda estão em desacordo sobre o tamanho do pacote — opositores de Donald Trump dizem que o valor proposto é insuficiente para atender as demandas da sociedade e da economia.
PIB de economias fracas será mais impactado, diz OCDE
Por outro lado, países pobres podem sofrer um golpe maior na economia do que se imaginava em há três meses, em razão da continuidade da disseminação da Covid-19 e por disporem de menos recursos para proteger empregos e negócios.
A OCDE estima que a Índia, por exemplo, registrará uma queda de 10,2% neste ano. Em junho, a previsão era de um recuo de 3,7%. Recentemente, a Índia ultrapassou o Brasil em número de casos de coronavírus, com quase 4,7 milhões de infecções no último sábado (12), ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A entidade também intensificou sua estimativa de queda para o PIB da África do Sul, de -7,5% para -11,5%.
Para o ano que vem, a OCDE cortou levemente sua expectativa de avanço da economia mundial, de 5,2% para 5%. No melhor dos cenários, com menos restrições ligadas à pandemia e uma vacina mais próxima de se tornar realidade, a entidade acredita que o PIB global possa crescer 7% ano que vem. Já em um quadro de medidas mais severas para conter a doença e de adiamento de uma vacina, o mundo cresceria apenas 2,5% em 2021, prevê a organização.
Com informações do Estadão Conteúdo.
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