O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos avançou 33,10% em termos anualizados no terceiro trimestre deste ano. A economia norte-americana procura se recuperar do tombo de 31,4% registrado no período entre março e junho, levando a maior potência do planeta à uma recessão técnica.
O resultado ficou acima do consenso dos analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, que esperavam por uma alta de 32%. Segundo o Departamento de Comércio norte-americano, em divulgação nesta quinta-feira (29), essa foi a recuperação mais forte dos Estados Unidos em toda a história — a anterior havia sido no pós-Segunda Guerra Mundial, no primeiro trimestre de 1950, quando o crescimento foi de 16,7%.
O resultado foi impulsionado pelos gastos das famílias, que cresceram 40,7% em termos anualizados, um novo recorde na série histórica. Os investimentos empresariais e de habitação também registraram fortes aumentos. O pacote de estímulos do governo ofereceu ajuda a muitas empresas e desempregados, elevando os gastos dos consumidores. Foram injetados mais de US$ 3 trilhões na economia.
O presidente Donald Trump disse, na última segunda-feira (26), que esperava por um resultado magnífico no terceiro trimestre, salientando que o país está passando por “uma recuperação econômica melhor do que qualquer outro lugar no mundo”. A declaração foi dada em Lititz, na Pensilvânia, em comício eleitoral.
“Esta eleição é uma escolha entre a super recuperação de Trump e a depressão econômica de Biden”, disse o mandatário em referência ao seu rival na corrida presidencial, o democrata Joe Biden. As eleições acontecerão na próxima terça-feira (3).
Vale ressaltar que no segundo trimestre a economia norte-americana apresentou a maior contração na história. Durante a crise dos subprime, entre 2008 e 2009, o pior trimestre teve uma queda de 8,4% na economia. O recorde anterior veio em 1958, quando o crescimento econômico recuou 10% durante a recessão de Eisenhower.
O mercado, entretanto, segue de olho no avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Hemisfério Norte, o que pode trazer novas medidas de contenção da doença, instaurando novos bloqueios à circulação de pessoas e atividades comerciais. Os investidores temem que a segunda onda da pandemia possa impactar fortemente a frágil tentativa de recuperação econômica global.
Além disso, o departamento econômico também informou que os pedidos de seguro-desemprego na semana encerrada no dia 24 de outubro atingiram 751 mil, frente à estimativa de 770 mil para o período.
Fed projeta queda de 3% do PIB neste ano
O presidente do Federal Reserve (Fed) de Dallas, Robert Kaplan, disse no fim do mês passado que o PIB estadunidensede deverá encerrar 2020 com uma contração de 3%. Para ele, em 2021, a economia dos Estados Unidos deve crescer 3,5%.
Além disso, Kaplan considera que após a crise causada pela pandemia, o mundo será muito diferente, de forma imprevisível. Nesse sentido, o executivo avalia que a autoridade monetária precisará ter flexibilidade para realizar julgamentos sobre a economia nas próximas reuniões.
A diretora do Fed, Lael Brainard, por sua vez, afirmou que o Banco Central estadunidense deve gerar mais estímulos para ajudar na recuperação do PIB e do crescimento dos níveis de emprego. Para ela, um dos sinais disso é o estabelecimento da meta de inflação de 2%.
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