PIB dos EUA cresce 4% no 4T20, mas fecha ano com contração de 3,5%
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 4% no quarto trimestre do ano passado, na comparação anualizada. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Departamento do Comércio.
O PIB do período entre outubro e dezembro, porém, ficou abaixo da estimativa dos analistas ouvidos pela Bloomberg, que era de 4,2%. Na comparação anual, a economia norte-americana em 2020 foi contraída em 3,5% em comparação ao ano anterior.
Essa foi a primeira queda do PIB desde a crise do subprime, e a maior desde 1946, no pós-Segunda Guerra Mundial. O resultado foi fortemente impactado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) desde março do ano passado, com o fechamento do comércio e limitações à circulação de pessoas.
A desaceleração, registrada após um crescimento recorde no terceiro trimestre, refletiu sobretudo uma moderação repentina nos gastos das famílias, o que tem sustentado a economia estadunidense nos últimos trimestres. Essa fatia do PIB cresceu 2,5%, enquanto as projeções eram de 3,1%.
Economistas esperam que a tendência de crescimento seja retomada até o fim de 2021, assim que a pandemia estiver sob controle, considerando que a vacinação em massa da população atenue o avanço da doença no país.
O resultado menor do que o esperado ajuda a explicar o posicionamento do Federal Reserve (Fed) nos últimos meses. Na última quarta-feira (27), a autoridade monetária central do país disse, em comunicado, que “o ritmo de recuperação da atividade econômica e do emprego se moderou nos últimos meses”, o que justifica a manutenção da taxa de juros referencial próxima de zero.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia norte-americana cresça 5,1% neste ano, ao passo que especialistas ouvidos pelo jornal The Wall Street Journal estimam que o crescimento fique na ordem de 4,3%.
FMI revisa estimativas para o PIB global
Na última terça, o FMI elevou suas previsões para a economia global neste ano, embora preveja um crescimento abaixo do que o inicialmente estimado na zona do euro por causa dos lockdowns decretados na região para conter a nova onda da pandemia.
As estimativas foram divulgadas por meio do relatório “Panorama Econômico Mundial”. Para 2021, a previsão de crescimento passou de 5,2% para 5,5%. Quanto a 2020, a revisão foi maior, com o recuo esperado indo de -4,4% para -3,5%, em função da recuperação global no segundo trimestre.
Para 2022, o crescimento projetado é de 4,2%, sem mudanças em relação aos números divulgados pela instituição em outubro.
A revisão para a Europa prevê um crescimento de 4,3%. Entre os emergentes, o Fundo estima que o PIB da China deva cresce 8,1% em 2021, enquanto o salto da Índia deva avançar 11,5%, sendo a revisão “mais notável” do relatório, segundo o FMI.