O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou estabilidade no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre, informou nesta sexta-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o PIB apresentou alta de 2,10%. Ainda segundo o instituto, o PIB do quarto trimestre de 2023 totalizou R$ 2,831 trilhões.
O resultado veio em linha com a mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava estabilidade. O intervalo das estimativas ia de um recuo de 0,4% a uma alta de 0,3%.
“A dinâmica no 4T23 pode ser explicada pelo mercado de trabalho de trabalho aquecido e a resiliência de alguns setores, como serviços (+0,3%) e da indústria extrativa (+4,7%). Porém, o grande destaque positivo foi a retomada do crescimento dos investimentos (+0,9%) após quatro trimestres consecutivos de queda”, comenta Rafael Perez, economista da Suno Research.
No fechamento de 2023, o PIB cresceu 2,9% ante 2022, resultado também ligeiramente menor que a mediana das projeções do mercado (+3,0%). O intervalo das estimativas ia de alta de 2,8% a 3,2%.
“O principal destaque negativo foram os investimentos, que apresentaram uma queda de 3,0% no ano. O segmento ainda tem sentido os efeitos cumulativos da política monetária restritiva e as condições mais apertadas do mercado de crédito. Contudo, o dado do último trimestre pode ser um sinal de retomada para este ano, dado o ciclo de queda da Selic”, acrescenta Perez.
Agro é destaque
Desagregando por atividade, o PIB da agropecuária foi o que mais subiu, com alta de 15,1% em 2023 ante 2022. O PIB de serviços, por sua vez, subiu 2,4% nessa mesma comparação e, o da indústria, 1,6%.
“A forte expansão da safra 2022/23, principalmente da soja e do milho, a queda nos custos de produção, as melhores condições climáticas e o aumento das exportações permitiram o bom desempenho do setor no ano passado”, diz Perez.
Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 3% em 2023 ante o ano anterior. Também nessa comparação, o consumo das famílias subiu 3,1% e o consumo do governo subiu 1,7%.
As exportações cresceram 9,1% em 2023 na comparação com 2022, enquanto as importações caíram 1,2%. A taxa de investimento ficou em 16,5% em 2023 e, a taxa de poupança, em 15,4%.
“A perspectiva para 2024 aponta para uma retomada gradual durante o ano, com um crescimento mais equilibrado entre os diversos setores. Projetamos alta de 0,7% no PIB do primeiro trimestre, mas a expansão deverá ficar mais concentrado no segundo semestre”, completa o economista da Suno Research.
*Com informações do Estadão Conteúdo