Ícone do site Suno Notícias

PIB: economistas veem impacto de chuvas no RS na atividade econômica e revisão projeções

PIB.Foto: Pexels.

PIB. Foto: Pexels.

O impacto negativo das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a atividade econômica deve aparecer principalmente nos dados do segundo trimestre. Os esforços para a recuperação, porém, podem gerar uma “compensação parcial” no PIB do trimestre seguinte, avaliam economistas consultados pelo Projeções Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Diante dessa premissa, o Santander Brasil reduziu a projeção para o PIB do segundo trimestre, de crescimento de 0,3% para 0,1%, e aumentou a estimativa para o do terceiro trimestre, de 0,5% para 0,6%. O economista Gabriel Couto afirma que, se o impacto negativo for maior, a recuperação tende também a aumentar.

Couto pondera que a duração do efeito deve variar entre os setores. “Há aqueles em que tende a ser mais rápido, como alguns segmentos dentro de serviços”, exemplifica. “O impacto mais duradouro que vemos é sobre a indústria. A perda de capacidade produtiva e a destruição do capital fixo podem comprometer o setor por um pouco mais de tempo no Estado.”

O banco recentemente elevou a projeção para o PIB de 2024, de crescimento de 1,8% para 2,0%. O aumento foi motivado pelas consequências do cenário mais aquecido do mercado de trabalho, mas foi parcialmente compensado pelo efeito de baixa estimado com as consequências da situação no Rio Grande do Sul.

A XP também reduziu a estimativa para o PIB do segundo trimestre, de alta de 0,5% para 0,1%. “Vemos a indústria e os serviços do Estado como os setores mais impactados, mas é claro que o agro tende a sofrer também”, disse o economista Rodolfo Margato.

Ele salienta que o efeito de baixa sobre a atividade econômica deve ser concentrado no segundo trimestre, com compensação parcial esperada para a segunda metade do ano, principalmente no terceiro trimestre.

A XP mantém, por enquanto, projeção de crescimento de 2,2% para o PIB de 2024, mas adicionou viés de baixa à estimativa. Margato calcula que o impacto líquido negativo da situação no Rio Grande do Sul pode ficar entre 0,2 ponto porcentual e 0,3 ponto do PIB.

O Banco MUFG Brasil, por sua vez, ainda não revisou a projeção para o PIB do segundo trimestre, mas seu economista-chefe, Carlos Pedroso, considera que a tendência é diminuir a estimativa de crescimento de 0,6%. Ele corrobora a expectativa de que parte desse impacto negativo deve ser compensado no trimestre seguinte, com investimentos e esforços para reconstrução do Estado.

PIB de 2023 mostra que fazer dever de casa traz resultado, diz Febraban

Em março, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que o crescimento de 2,9% do PIB do País no ano passado é resultado do “dever de casa” feito pelo governo federal e pelo Congresso. De acordo com ele, o Brasil precisa seguir a agenda de reformas e também reverter a tendência de queda dos investimentos para que o crescimento se repita de forma sustentável.

“O PIB de 2023 respondeu a uma série de ações do Governo e do Congresso, revelando que fazer o dever de casa sempre traz resultados positivos. O Brasil foi capaz de reduzir as incertezas que permeavam o cenário pessimista do início do ano passado, a partir do avanço da pauta econômica e da estabilidade política”, disse ele, através de nota.

Entre os exemplos, Sidney mencionou a aprovação do novo marco fiscal que disciplina o crescimento das despesas do governo, e também a reforma tributária sobre o consumo e agendas microeconômicas, como o novo marco das garantias, que era uma antiga reivindicação dos bancos. Segundo ele, essas ações melhoraram as expectativas, o que abriu espaço para que o Banco Central começasse a reduzir a taxa Selic, que hoje está em 11,25% ao ano.

“Certo é que, só com um trabalho sério, focado e comprometido com os fundamentos econômicos, o país gera perspectivas de ganhos de eficiência e de mais produtividade para nossa economia. É o que precisamos continuar a fazer e o setor bancário está pronto a contribuir para o desenvolvimento econômico“, afirmou ele.

“Contudo, não podemos ficar parados. É imprescindível que o País siga com sua agenda de reformas econômicas, de modo a garantir a sustentabilidade fiscal e o aumento da produtividade da economia”, finaliza o presidente da Febraban, após comentar sobre o PIB.

Com Estadão Conteúdo

Sair da versão mobile