O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão registrou queda de 7,8% no segundo trimestre, em comparação com o período de janeiro a março deste ano. De acordo com os dados preliminares divulgados pelo governo japonês, nesta segunda-feira (17), a baixa significativa é devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Em comparação com o mesmo período no ano passado, essa queda é equivalente a 27,8%.
Este é o terceiro trimestre seguido de queda no PIB japonês. No primeiro trimestre deste ano, houve recuo de 0,6% do PIB e, no quarto trimestre de 2019, a economia caiu 1,9%. Portanto, o Japão anotou dois períodos consecutivos de baixa, o que caracteriza tecnicamente recessão econômica.
Esta é a primeira recessão desde 2015, definida por uma contração durante dois trimestres consecutivos. Além disso, esta é a queda mais expressiva do PIB do Japão da série histórica, iniciada em 1980.
O consumo do país teve um queda de 8,6%, enquanto os investimentos das empresas caíram 0,2% e outros setores 1,5%, no segundo trimestre deste ano. O país decretou em abril e maio estado de emergência. Atualmente, são cerca de 54 mil casos e mil mortes provocadas pela covid-19.
Japão cria programa de subsídio a empresas que deixarem a China
O governo do Japão criou, em meados de julho, um programa de subsídios para repatriar empresas que decidirem deixar a China. O programa, que visa trazer de volta para casa cadeias de suprimentos e ficar menos dependente da atividade econômica chinesa, auxiliará as companhias em um total de 57,4 bilhões de ienes (cerca de R$ 2,88 bilhões).
Segundo o Ministério da Economia do Japão, em anúncio no mês passado, 57 empresas estariam aptas a entrar no programa, incluindo a fabricante de máscaras Iris Ohyama Inc. Além disso, 30 companhias serão auxiliadas na transferência de suas operações da China para Vietnã, Mianmar, Tailândia e demais países do Sudeste Asiático. O valor oficial não foi revelado.
Segundo o jornal especializado “Nikkei”, as autoridades governamentais japonesas pagarão um total de 70 bilhões ienes (aproximadamente R$ 3,52 bilhões) nos programas. As iniciativas partiram dos 243,5 bilhões de ienes (R$ 12,26 bilhões) destinados pelo governo do Japão em abril, no combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus; sobretudo na diminuição da dependência da China.
A decisão do Japão ganhou força ao passo que a guerra comercial entre Estados Unidos e China se intensificou nos últimos meses, em meio à uma tentativa — quase global — de desacelerar a economia e empresas chinesas. No ano passado, Taiwan fez um movimento parecido, trazendo de volta para seu território boa parte de sua força de trabalho. Nenhum outro país da região decidiu por repatriar suas empresas formalmente.
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