O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou novamente, em tom otimista, acerca do crescimento econômico do Brasil, destacando a expectativa de crescimento de 3% do Produto Interno Bruto, o PIB, neste ano. O ministro participou da reunião de diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na sede da entidade no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (20).
Na ocasião, Guedes fez questão de citar a última previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de alta do PIB do Brasil em 2,8% para este ano.
Vale destacar que o mercado financeiro estima 2,71% de crescimento para o PIB em 2022, segundo dados do último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC).
Citando compromissos de R$ 908 bilhões em investimentos nos próximos dez anos, Guedes disse mais uma vez que o governo mudou o eixo do crescimento: dos investimentos públicos para os investimentos privados.
“O eixo de crescimento da economia brasileira agora é o setor privado”, declarou durante evento onde também citou uma onda de investimentos a caminho em energia renovável.
“Com a guerra, os investimentos têm que estar perto e em países amigos … Todo mundo olha para o Brasil”, frisou o ministro Paulo Guedes, que também mencionou que o País tinha feito a abertura política, mas não econômica.
O ministro disse ainda que o País terá R$ 150 bilhões para programas sociais, no que chamou de “maior erradicação da pobreza que Brasil já viu”, ao destacar a orientação da política econômica de combinar mercado forte com “mão amiga” a programas sociais.
Além do PIB, Guedes comenta sobre OCDE
Paulo Guedes também disse que o Brasil só tem mais 45 requisitos, de um total de 230, a entregar no processo de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE.
Segundo o ministro da economia, o Brasil já teve 108 requisitos aceitos e outros 77 sendo analisados pela organização. “Faltariam 45 apenas. O Brasil está muito à frente dos outros países”, disse Guedes durante a reunião da CNC.
Guedes aproveitou o evento para, mais uma vez, destacar o descolamento do Brasil em relação às economias desenvolvidas – onde, ressaltou, “os problemas estão apenas começando” – e frisou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal.
Ele pontuou que, pela primeira vez desde 2012/2013, as contas públicas voltarão a apresentar superávit fiscal nos três níveis de governo.
Ao falar da reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial na semana passada em Washington (EUA), o ministro disse que o clima foi de estagflação, certo desalento e um quadro “sombrio” para a economia global.
Em uma comparação com a inflação em queda no Brasil, Guedes disse que, dentro do G-20, apenas Arábia Saudita, China e Japão estão com os preços subindo menos do que no País.
Ao mesmo tempo em que as economias ricas beiram a recessão, Guedes reafirmou que a América Latina está “desmanchando”.
Além das questões sobre o PIB e da economia global, o ministro também citou “reformas invisíveis” feitas pelo governo, em referência à aposentadoria de 40 mil funcionários públicos, aliviando assim a folha pública, e digitalização dos serviços públicos.
Com Estadão Conteúdo