PIB irá crescer 2,7% e inflação ficará em 4,1% em 2019, prevê Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta (20) projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação de 2019.
De acordo com o Ipea, o PIB de 2019 vai crescer 2,7%, enquanto a previsão anterior era de 2,9%. A inflação deverá fechar em 4,1%, abaixo da meta fixada pelo governo, de 4,25%.
José Ronaldo de Souza, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas, atribui o crescimento à implementação de reformas para o reequilíbrio das contas públicas.
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“A Previdência é o principal item de despesa do governo. Ela tem um crescimento projetado explosivo, ao contrário de outros que se mantêm sob controle”, disse o diretor.
No caso da inflação, o crescimento abaixo da meta de 4,25% fixado pelo governo se dará por conta do alto grau de ociosidade da economia, avalia o diretor.
Contudo, as previsões de crescimento estão atreladas “a um cenário com ajuste fiscal promovido de forma relativamente rápida pelo novo governo, a ser empossado em 2019”.
PIB de 2018
O Ipea também reviu sua projeção de crescimento do PIB deste ano de 1,6% para 1,3%. A estimativa é abaixo do esperado pela maioria dos analistas no início do ano.
“A alta deve ser de 0,8% na indústria, 0,6% na agropecuária e de 1,4% em serviços. O investimento previsto no setor industrial é de 4,4%. O consumo das famílias deve expandir 1,9%, ao passo que o consumo do governo deve permanecer praticamente estagnado”, prevê o instituto.
Ainda segundo o estudo, “as exportações líquidas devem apresentar contribuição negativa para a expansão do PIB, com as importações crescendo substancialmente mais do que as vendas externas”.
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Além disso, a publicação traz estimativas da economia agrícola. De acordo com o Ipea, o PIB agropecuário deve crescer 0,6% em 2018 e 0,9% em 2019. Os números são baseados em projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê crescimento de 2% para o próximo ano.
Ajuste Fiscal
Para economistas do Ipea, o ajuste fiscal é essencial para a retomada da economia. Segundo o relatório, “a redução anual pode chegar a cerca de R$ 100 bilhões em 2022, com reformas que reduzam o crescimento das despesas obrigatórias do governo federal”. Para que isso ocorra serão necessárias alterações na Previdência Social e mudanças nas regras do reajuste do salário mínimo.