PIB cairá 5% em 2020, afirma Brasil em reunião do G-20
Em reunião virtual do G-20, realizada na tarde do último sábado (18), a delegação brasileira afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cairá cerca de 5% neste ano, em meio às medidas para mitigar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
A equipe brasileira disse que a perspectiva global sobre o desempenho econômico permanece altamente incerto, em razão dos efeitos da pandemia. No entanto, a delegação salientou que por mais que a atividade econômica mostre sinais de recuperação, a produção deve permanecer baixa por um período prolongado. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma queda de até 9% na economia brasileira.
O Secretário de Assuntos Econômicos Internacionais, Erivaldo Gomes, que substituiu o ministro Paulo Guedes que não pôde participar, disse que “a pandemia interrompeu a tendência de recuperação observada no Brasil, apoiada por políticas econômicas sólidas”. Gomes reforçou que a crise atual demanda por um novo conjunto de ações.
O secretário relatou algumas das medidas do governo brasileiro em meio à pandemia, como o auxílio emergencial, conhecido como coronavoucher, que está abrangendo 64 milhões de brasileiros, além de esforços para a manutenção de empregos e garantias de empréstimos com foco nas menores empresas do País. No entanto, salientou que o déficit primário do Brasil deverá ser de 10% do PIB neste ano.
Com o objetivo de sair fortalecido da pandemia, a delegação brasileira disse no encontro que focará em quatro pilares para melhorar a resiliência e promover crescimento econômico:
- Implementação de reformas estruturais e investimentos em infraestrutura, sobretudo com atenção sobre a reforma tributária e privatizações;
- Fortalecimento da proteção social e geração de empregos;
- Integração mais profunda do Brasil na economia global;
- E, por fim, um “firme compromisso com a proteção ambiental, não implicando implicando tolerância a práticas ilegais, por uma lado, mas também desconsiderando falsas narrativas baseadas em interesses protecionistas, por outro”.
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O Ministério da Economia reforçou, na última semana, sua estimativa de retração de 4,5% do PIB neste ano. O mercado, por meio do Boletim Focus, entretanto, estima uma baixa de 6,10%. Caso qualquer uma das projeções se confirme, será a maior queda da economia já registrada no País nos últimos 120 anos.