De acordo com dados do Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) e divulgado nesta sexta-feira (19), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ter recuado 4,0% em 2020.
“A expressiva queda de 4,0% da economia em 2020 consolida retrações disseminadas em diversas atividades econômicas, em decorrência da pandemia de covid-19“, apontou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, em nota oficial.
Analisando pelo lado da oferta, a indústria e serviços recuaram, ao passo que a agropecuária cresceu 2,0% no ano passado. Já pela ótica da demanda, houve queda em todos os componentes, destacando-se a queda de 5,2% no consumo das famílias.
Em termos monetários, o Produto Interno Bruto do Brasil alcançou aproximadamente R$ 7,434 trilhões de janeiro a dezembro de 2020, em valores correntes.
A valores de 2020, o PIB per capita ficou em R$ 35.108 em 2020, menor valor desde 2008. A taxa de investimento da economia foi de 16,1% no ano passado, a maior taxa desde 2015, quando estava em 17,3%.
Resultado do PIB de 2020 interrompe trajetória de crescimento
“O resultado do PIB de 2020 interrompeu a trajetória de crescimento que se estendia por três anos e retornou ao patamar de 2016. A preços constantes de 2020, o PIB de 2020, embora seja um pouco maior que o de 2016, ainda é inferior aos do período 2017 a 2019”, ressaltou a nota da FGV.
Vale lembrar que o Produto Interno Bruto nacional teve um avanço de 3,4% no quarto trimestre de 2020 em comparação ao terceiro trimestre. Em relação aos últimos três meses de 2019, o indicador teve uma retração de 0,8%.
Em dezembro, o indicador avançou 1,0% ante novembro de 2020. Na comparação com dezembro de 2019, houve expansão de 1,4%, o primeiro resultado positivo após nove meses consecutivos de quedas.
Em relação à esse ano, o coordenador considera que “os desafios para 2021 mostram-se grandes a partir deste cenário, tendo em vista que devido ao crescimento lento de 2017-2019 a economia não havia sido capaz de recuperar as perdas da recessão de 2014-2016. Com o choque adverso enfrentado em 2020, que ainda não foi totalmente eliminado, os resultados de 2014, pico da série histórica, parecem cada vez mais distantes de serem alcançados”.
Cabe destacar que o Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
Com informações do Estadão Conteúdo.