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PIB brasileiro deve ter crescimento acima do esperado, projeta Stuhlberger

Luis Stuhlberger, Fundo Verde. Foto: Divulgação

Luis Stuhlberger. Foto: Divulgação

O PIB (Produto Interno Bruto) Brasil vai crescer no mínimo 2,5%, projeta Luís Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset, que menciona um crescimento para a economia brasileira maior que as estimativas atuais. 

Em um evento realizado pela Hedge Investimentos, Luís Stuhlberger afirmou que, devido às reformas implementadas desde o governo de Michel Temer, o crescimento potencial do PIB do Brasil aumentou de 1,5% para cerca de 2,2%. 

Além disso, Stuhlberger mencionou que a taxa de desemprego atual, em 7,6%, está no menor nível desde 2015, e sugeriu que a taxa de desemprego de equilíbrio (Nairu) pode ter caído para 7%, comparado com os 7,5% a 8% anteriores. O gestor também enfatizou que, embora ainda seja um número alto, é um progresso significativo. Ele também indicou que essas mudanças podem levar a uma taxa de juros mais baixa no futuro.

Stuhlberger criticou a taxa de juros real do Brasil como sendo a mais alta do mundo, com a Selic em 11,25% (pelo menos até a data do evento) e uma expectativa de IPCA de 3,8% para o final do ano. “É a maior taxa de juros real do mundo. Qualquer conta elementar diz que, se o juro for esse até 2060, o Brasil quebraria no meio do caminho.”

O sócio da Verde Asset expressou um otimismo moderado em relação ao Brasil, citando desafios fiscais, mas destacando a situação cambial confortável do país. Ele mencionou que o dólar, atualmente próximo de R$ 5,01, estaria acima do valor justo estimado pela Verde, que seria de R$ 4,70, mais um prêmio de 3% a 4%. Stuhlberger atribuiu o valor adicional do dólar a posicionamentos políticos recentes e ao efeito das políticas do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos. 

Por fim, ele observou que o mercado está precificando taxas de juros mais altas no fim do ciclo de cortes do Fed, devido à possibilidade de o ex-presidente Trump retornar ao poder, o que poderia gerar inflação devido às políticas mais protecionistas.

PIB fica estagnado no quarto trimestre e cresce 2,9% em 2023

O Produto Interno Bruto brasileiro registrou estabilidade no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o PIB apresentou alta de 2,10%. Ainda segundo o instituto, o PIB do quarto trimestre de 2023 totalizou R$ 2,831 trilhões.

O resultado veio em linha com a mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava estabilidade. O intervalo das estimativas ia de um recuo de 0,4% a uma alta de 0,3%.

“A dinâmica no 4T23 pode ser explicada pelo mercado de trabalho de trabalho aquecido e a resiliência de alguns setores, como serviços (+0,3%) e da indústria extrativa (+4,7%). Porém, o grande destaque positivo foi a retomada do crescimento dos investimentos (+0,9%) após quatro trimestres consecutivos de queda”, comenta Rafael Perez, economista da Suno Research.

No fechamento de 2023, o PIB cresceu 2,9% ante 2022, resultado também ligeiramente menor que a mediana das projeções do mercado (+3,0%). O intervalo das estimativas ia de alta de 2,8% a 3,2%.

“O principal destaque negativo foram os investimentos, que apresentaram uma queda de 3,0% no ano. O segmento ainda tem sentido os efeitos cumulativos da política monetária restritiva e as condições mais apertadas do mercado de crédito. Contudo, o dado do último trimestre pode ser um sinal de retomada para este ano, dado o ciclo de queda da Selic”, acrescenta Perez.

Agro é destaque

Desagregando por atividade, o PIB da agropecuária foi o que mais subiu, com alta de 15,1% em 2023 ante 2022. O PIB de serviços, por sua vez, subiu 2,4% nessa mesma comparação e, o da indústria, 1,6%.

“A forte expansão da safra 2022/23, principalmente da soja e do milho, a queda nos custos de produção, as melhores condições climáticas e o aumento das exportações permitiram o bom desempenho do setor no ano passado”, diz Perez.

Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 3% em 2023 ante o ano anterior. Também nessa comparação, o consumo das famílias subiu 3,1% e o consumo do governo subiu 1,7%.

As exportações cresceram 9,1% em 2023 na comparação com 2022, enquanto as importações caíram 1,2%. A taxa de investimento ficou em 16,5% em 2023 e, a taxa de poupança, em 15,4%.

“A perspectiva para 2024 aponta para uma retomada gradual durante o ano, com um crescimento mais equilibrado entre os diversos setores. Projetamos alta de 0,7% no PIB do primeiro trimestre, mas a expansão deverá ficar mais concentrado no segundo semestre”, completa o economista da Suno Research.

PIB de 2023 mostra que fazer dever de casa traz resultado positivo, diz presidente da Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que o crescimento de 2,9% do PIB do País no ano passado é resultado do “dever de casa” feito pelo governo federal e pelo Congresso. De acordo com ele, o Brasil precisa seguir a agenda de reformas e também reverter a tendência de queda dos investimentos para que o crescimento se repita de forma sustentável.

“O PIB de 2023 respondeu a uma série de ações do Governo e do Congresso, revelando que fazer o dever de casa sempre traz resultados positivos. O Brasil foi capaz de reduzir as incertezas que permeavam o cenário pessimista do início do ano passado, a partir do avanço da pauta econômica e da estabilidade política”, disse ele, através de nota.

Entre os exemplos, Sidney mencionou a aprovação do novo marco fiscal que disciplina o crescimento das despesas do governo, e também a reforma tributária sobre o consumo e agendas microeconômicas, como o novo marco das garantias, que era uma antiga reivindicação dos bancos. Segundo ele, essas ações melhoraram as expectativas, o que abriu espaço para que o Banco Central começasse a reduzir a taxa Selic, que hoje está em 11,25% ao ano.

“Certo é que, só com um trabalho sério, focado e comprometido com os fundamentos econômicos, o país gera perspectivas de ganhos de eficiência e de mais produtividade para nossa economia. É o que precisamos continuar a fazer e o setor bancário está pronto a contribuir para o desenvolvimento econômico“, afirmou ele.

Para este ano, a Febraban espera uma alta de 2% no PIB em relação a 2023, com a redução da Selic ajudando no consumo das famílias e nos investimentos, fatores que devem compensar o menor desempenho do agro. Ou seja, o crescimento deve ser mais difundido entre diferentes segmentos.

“Contudo, não podemos ficar parados. É imprescindível que o País siga com sua agenda de reformas econômicas, de modo a garantir a sustentabilidade fiscal e o aumento da produtividade da economia”, finaliza o presidente da Febraban, após comentar sobre o PIB.

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