O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (19) que estima uma queda de 4,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano. Trata-se de uma melhora na perspectiva econômica visto que no final de setembro o BC havia projetado queda de 5% no último Relatório de Inflação (RTI).
“Entre os emergentes, fomos o país que mais gastou na pandemia, com o auxílio emergencial e outras medidas, mas também fomos o que caiu menos e que teve recuperação mais forte”, disse Campos Neto em um evento virtual promovido pelo Milken Institute.
A projeção do presidente permanece abaixo das expectativas dos especialistas ouvidos pelo BC, responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, que estimam uma retração de 5%. No entanto, acima da projeção do ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse nesta segunda, em vídeo gravado para Câmara de Comércio dos EUA, que a economia deverá recuar 4% este ano. Porém, a previsão oficial do Ministério da Economia permanece sendo uma queda de 4,7%.
No segundo trimestre deste ano, o PIB do Brasil caiu 9,7%, em comparação com o primeiro trimestre quando registrou queda de 1,5% . Desse modo, o país entrou em recessão técnica após duas baixas consecutivas. Trata-se da maior queda trimestral registrada desde o início da série histórica revisada, em 1996.
IBC-Br, prévia do PIB, sobe 1,06% em agosto, quarta alta consecutiva
O Banco Central informou na última quinta-feira (15) que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, teve alta de 1,06% em agosto frente ao mês de julho. Este foi o quarto mês consecutivo de altas.
O resultado ficou um pouco abaixo da expectativa dos economistas ouvidos pela agência de notícias Reuters. Eles esperavam que o indicador registrasse um crescimento de 1,60% em agosto. De acordo com o Banco Central, o dado divulgado hoje é dessazonalizado pela instituição.
Apesar do avanço mensal, o indicador de prévia do PIB cai 3,92% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O índice foi pressionado no início deste ano devido à pandemia do coronavírus, com quedas em março e abril. A partir de então, houve uma retomada no desempenho da economia.